Pesquisa mostra que escolaridade dos pais influencia formação e rendimento dos filhos

IBGE

Publicado em 16/11/2016 - 10:58 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro

A escolaridade, o rendimento médio e a idade de inserção no mercado de trabalho dos pais são fatores determinantes para a ascensão socioeconômica dos filhos.

 

É o que aponta o Suplemento de Mobilidade Sócio-ocupacional lançado nesta quarta-feira (16) pelo IBGE.

 

De acordo com os dados, entre os pais que não eram alfabetizados aos 15 anos, quase um quarto dos filhos também não eram na mesma idade e apenas 4% completaram o nível superior. 

 

A prevalência é ainda maior no topo da pirâmide, já que quase 70% dos filhos de pais com nível superior completo também cursaram a universidade.

 

A professora de história Luana Tolentino viveu dois lados dessa realidade. Aos 13 anos, começou a trabalhar como empregada doméstica, assim como a mãe, que não conseguiu passar da segunda série do ensino fundamental.

 

Mas, apesar das sérias retrições financeiras, sempre foi estimulada a estudar e hoje é aluna de mestrado. 

 

Outro fator analisado é a idade em que a pessoa entrou para o mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, enquanto quase 60% dos filhos de trabalhadores agrícolas começaram a trabalhar até os 13 anos de idade,  o percentual cai para 7,5% entre os filhos de profissionais das ciências e das artes.

 

Além disso, quase metade dos filhos de pessoas que trabalham sem carteira assinada ingressam no mercado de trabalho antes dos 13 anos.

 

Luana vê essa realidade se perpetuando entre os alunos da escola onde leciona, em um bairro periférico da cidade de Ribeirão das Neves, uma das mais pobres do estado de Minas Gerais. 

 

Para os pesquisadores, os dados brasileiros corroboram estudiosos que afirmam que a desigualdade não é produto do esforço ou talento pessoal,  mas tem suas raizes nas estruturas econômicas nas quais as famílias estão inseridas.

 

Mas consideram que fatores como o acesso à cultura e a estimulos intelectuais possam ajudar jovens a ascenderem a trabalhos melhor remunerados, promovendo mobilidade intergeracional.

 

No Brasil, do total de entrevistados, cerca de 30% reproduziram as ocupações dos pais e quase metade melhorou as condições de trabalho em relação a eles.

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