Na Trilha da História: Barão de Mauá, empresário futurista que trouxe desenvolvimento para o Brasil

Na Trilha da História

Publicado em 03/02/2018 - 07:19 Por Apresentação Isabela Azevedo - Brasília

Olá, eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais um Na Trilha da História. Hoje nós vamos conversar sobre o Barão de Mauá, o maior empresário da época do Brasil imperial. O entrevistado deste episódio é o escritor e jornalista Jorge Caldeira, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Mauá - Empresário do Império.

 

Nosso personagem é Irineu Evangelista de Sousa, um gaúcho nascido em Arroio Grande, em 1813. Perdeu o pai muito cedo e, com apenas 9 anos de idade, foi levado pelo tio para morar no Rio de Janeiro. Lá, foi trabalhar no comércio e, pouco tempo depois, já dominava os segredos da contabilidade.

 

Sonora: "Conseguiu se transformar em caixeiro, ou seja, alguém que fazia contabilidade dos negócios, anotava as compras, fazia balanço, verificava o lucro da empresa, coisa que ele chegou perto dos 13 anos de idade. Então, ele revelou um talento especial para o cálculo."

 

Aplicado e estudioso, Irineu impressionou um dos empresários para quem trabalhou. Esse chefe se transformou, então, em professor e, em seguida, em sócio do rapaz. Uma ascensão impressionante! Com pouco mais de 20 anos, o futuro Barão de Mauá se tornava o homem mais rico do Brasil.

 

Sonora: "O Barão de Mauá foi o maior empresário provavelmente que o Brasil teve em toda a sua história. Ele construiu, nos anos do Império, entre 1846 e 1880, o maior império empresarial já existente no Brasil, que incluía ferrovias, companhias de navegação, empresas em seis países que ele dirigia a partir do Rio de Janeiro, por cartas. Esse império empresarial chegou a ter o tamanho, na década de 1860, do governo do Brasil. Os ativos das empresas do Mauá e o orçamento do governo brasileiro eram de 110 mil contos, os dois."

 

Os negócios de Irineu Evangelista, um ferrenho defensor do trabalho assalariado e colocou em prática um sistema de participação nos lucros para os funcionários em plena sociedade escravista do século 19.

 

Sonora: "Ele nunca empregou, em nenhuma empresa dele, em nenhum momento, o trabalho escravo. Ele sempre empregou trabalhadores assalariados. E isso tem uma diferença histórica. É o trabalho assalariado que marca a passagem do antigo regime de escravidão para um mundo baseado no trabalho livre e no capitalismo. Então, há um contraste importante entre as atitudes do Mauá e o tempo em que ele viveu."

 

Os feitos de Irineu Evangelista lhe renderam o título de Barão e depois de Visconde de Mauá, mas a política e a legislação brasileira não ajudavam muito nos negócios e levaram as empresas do gaúcho à falência. Apesar de também ser um defensor do progresso, o imperador dom Pedro II não concordava com a ideia da busca pelo lucro e criou dificuldades para o empresário ao longo das décadas.

 

Sonora: "Também é verdade que dom Pedro II tinha imensa dificuldade em entender o mundo capitalista. Ele via a sociedade como um rei vê, em que os nobres são os mais importantes."

 

Mas, engana-se quem pensa que o Barão de Mauá morreu pobre!

 

Sonora: "No Brasil, divulgou-se a lenda de que ele morreu falido. De fato, as empresas foram à falência, mas ele morreu riquíssimo."

 

Esta foi uma versão reduzida do Na Trilha da História! O episódio completo tem 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com o biógrafo Jorge Caldeira, músicas relacionadas à história de Mauá! Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você quiser enviar uma sugestão de tema para o programa, nosso e-mail é culturaearte@ebc.com.br. Até semana que vem, pessoal!

 

 

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.

Últimas notícias
Justiça

Plenário do CNJ julga hoje condutas de Sérgio Moro e Gabriela Hardt 

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça julga, nesta terça-feira, as condutas na Operação Lava-Jato do ex-juiz federal e senador Sérgio Moro; e da juíza federal Gabriela Hardt. 

Baixar arquivo
Direitos Humanos

PF prende homem que compartilhava cenas de abuso sexual infantil

A ação faz parte de operação da Polícia Federal para combater pornografia infantil. O suspeito foi detido no momento em que saia do trabalho, em um Centro de Eventos de um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Baixar arquivo
Geral

TSE retoma julgamento que pode cassar mandato do senador Jorge Seif

No último dia 4 de abril, o julgamento foi suspenso pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, sob o argumento de que o relator, o ministro Floriano de Azevedo, não teria tempo de apresentar o seu voto.  

Baixar arquivo
Educação

Escolas de maioria branca têm melhor infraestrutura, aponta pesquisa

A análise foi feita pelo Observatório da Branquitude, que ressalta a vantagem de alunos brancos e a persistência da desigualdade racial no país. Um exemplo é a rede de esgoto, presente em 72% das escolas com predominância de brancos e em apenas 43% das escolas com maioria de alunos negros.  

Baixar arquivo
Esportes

Nesta terça-feira começa segunda rodada do Brasileirão

Nesta terça-feira, tem a abertura da segunda rodada do Brasileirão Série A, com total cobertura da Rádio Nacional.

Bahia e Fluminense jogam às nove e meia da noite no Estádio da Fonte Nova, em Salvador.

Baixar arquivo
Economia

LDO para 2025 prevê déficit zero e salário mínimo de R$ 1.502

A previsão está na Lei de Diretrizes Orçamentárias que o Ministério do Planejamento e Orçamento entregou ao Congresso Nacional.

Baixar arquivo