Censo Escolar revela que escolas receberam 48,5 milhões de matrículas em 2018
O Brasil registrou, em 2018, 48,5 milhões de matrículas nas escolas públicas e privadas de todo o país. Foram cerca de cem mil registros a menos do que em 2017. A maioria das inscrições continua sendo em unidades públicas de ensino, segundo o Censo Escolar da Educação Básica do Ministério da Educação, divulgado nesta quinta-feira (31).
O estudo ainda revela que o número de matrículas em tempo integral no ensino fundamental diminuiu significativamente na rede pública no ano passado: quase 11% dos matriculados foi nesse tipo de ensino. Mas, em 2017, o índice ficou em mais de 16%.
A Escola Classe 15 de Ceilândia, localizada a cerca de 35 km do centro de Brasília, é em tempo integral desde 2013. As crianças de 6 a 11 anos ficam dez horas na instituição. Desde o início dessa modalidade de ensino, nenhum aluno deixou de concluir a série e pouquíssimos reprovam a cada ano. O diretor da escola, Ricardo Koziel, se orgulha dos índices.
Apesar da queda de matrículas de tempo integral no ensino fundamental público, o Censo Escolar de 2018 revelou aumento de inscrições desse tipo no ensino médio. Foram mais de 10% em 2018 e 8% no ano anterior.
Outra constatação positiva foi o maior número de alunos com algum tipo de necessidade especial matriculados em turmas convencionais nas escolas públicas. No ano passado, foram cerca de 97% de registros do gênero e, em 2017, mais de 96%. A professora da faculdade de educação da Universidade de Brasília (UnB) Edileuza Silva ressalta que o dado é importante, mas que as escolas precisam oferecer um ensino diferenciado a esses alunos.
Outro dado relevante do Censo Escolar 2018 é o aumento no número de inscrições no ensino profissionalizante no Brasil: mais de 100 mil matrículas de um ano para o outro.
Mas um dado preocupa: a grande distorção em relação a idade dos alunos e a série que cursam. Nos primeiros anos do ensino fundamental, esse índice fica em mais de 11% e, nos anos finais, em quase 25%. Já no ensino médio, passa dos 28%. Os meninos são mais atrasados que as meninas em todas as etapas da educação.
O Censo Escolar ainda revelou que existem mais de 2 milhões de professores que atuam em quase 182 mil escolas de educação básica em todo o Brasil. A maioria trabalha no ensino fundamental e fez curso superior.
Sobre a infraestrutura das escolas, o levantamento do MEC constatou que as escolas de ensino médio públicas têm mais internet, banda larga e laboratórios de informática que as de ensino fundamental.