Escravatura no país: curso ensina a professores sobre Cais do Valongo
Depois que o Cais do Valongo foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade, chegou a vez de formar multiplicadores, para contar a sua história e reforçar a importância da herança africana na construção do Brasil. O monumento, na região portuária do Rio de Janeiro, é uma memória do tráfico e mercado de compra e venda de africanos.
Até esta sexta-feira ainda é possível se inscrever no curso Valongo, Cais de Ideias, voltado para professores e outros educadores e que, por causa da pandemia, será realizado de forma online, aberto para profissionais do restante do país.
De acordo com o coordenador do projeto, Luis Araujo, o objetivo é não só disseminar conhecimentos sobre o sítio histórico, mas também estimular novos olhares sobre a diáspora africana.
Por isso, a formação foi dividida em quatro módulos, que tratam da história do Cais do Valongo e da memória africana, mas também sobre como essa memória é preservada e contada, e como tudo isso impacta a construção da subjetividade das pessoas negras. Além disso, será feita uma ponte entre os alunos e outras pessoas que já desenvolvem projetos na região do Cais.
A formação gratuita faz parte do projeto de reestruturação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, eleito Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2017 e que também deve receber melhorias, nova sinalização e material expositivo, em breve, após uma parceria do poder público com uma empresa chinesa.
Descoberto em 2011, o Cais é o único vestígio preservado do desembarque de africanos escravizados em toda a América, e marca o local por onde mais de 1 milhão de pessoas chegaram ao Brasil.
Ele fica no meio de uma região conhecida como Pequena África, por abrigar outros sítios históricos relacionados com a escravidão e a cultura negra, além do Quilombo da Pedra do Sal, que ainda luta por sua titulação.
As informações sobre o curso estão disponíveis nas redes sociais do projeto, no Instagram e no Facebook, que podem ser encontradas em @ocaisdovalongo.