Metade dos professores de inglês da rede pública não tem formação
O ensino do inglês passou a ser obrigatório a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, em todas as escolas brasileiras, agora em 2020. Essa determinação consta na Base Nacional Comum Curricular, documento do Ministério da Educação que estabelece o conteúdo que deve ser ensinado nos colégios.
Mas cerca de 55% dos professores das escolas públicas estaduais do país não têm formação específica para essa disciplina e 81% deles reclamam da falta ou de materiais didáticos inadequados.
Esses são alguns dos dados do Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil, apresentados nesta terça-feira (2) pelo British Council e foram analisados a partir de informações do último Censo Escolar, do Ministério da Educação.
A gerente sênior de Inglês da instituição, Cintia Toth, afirma que esses professores têm poucas horas de formação.
O Observatório mencionou também sobrecarga de trabalho para os professores de inglês da rede pública. Sessenta e cinco por cento dos educadores disseram que ensinam outras disciplinas. E quase 70% dão aulas da matéria em mais de seis turmas por semana.
Cintia Toth chamou a atenção para o fato de que grande parte dos professores da disciplina de inglês tem contrato temporário de trabalho.
Segundo o Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil, a maioria dos professores de inglês na rede pública estadual é mulher da cor branca. Outro dado é que as professoras pretas e pardas ganham, em média, menos da metade do salário de homens brancos com o mesmo nível de ensino.
A ideia da British Council é contribuir para a elaboração de políticas de formação de professores das escolas públicas e de materiais didáticos, por meio do programa Habilidade para a Prosperidade.
A iniciativa já começou em alguns estados brasileiros; e, até 2023, deve chegar em todo o nosso país.