O projeto "Tem Menina no Circuito", criado há quase dez anos para incentivar meninas a gostar e a se engajar em ciências exatas, ganhou a edição de 2022 do Prêmio, Mulheres Inspiradoras na Ciência, da Revista Nature, uma das principais publicações científicas do mundo.
A iniciativa foi criada por três pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Thereza Paiva, Elis Sinnecker e Tatiana Rappaport. O prêmio foi entregue em cerimônia realizada em Londres.
Um artigo publicado por Thereza Paiva em conjunto com outros pesquisadores no início deste ano mostra que os homens representam a grande maioria nas áreas de matemática, física e química das principais universidades e centros de pesquisas do estado do Rio. O maior abismo está na física, com 66 professoras contra 258 professores.
Thereza considera que o prêmio é um reconhecimento importante para esse esforço de tentar mudar esses números.
A pesquisadora avalia que outro impacto observado no projeto é um maior interesse das meninas que terminam o ensino médio de ingressar em uma Universidade.
Gabriella Galdino, hoje professora de física em três escolas, foi uma das primeiras participantes do projeto, em 2014, em um colégio da baixada fluminense. Ela conta que sempre se interessou pela área de exatas e que a iniciativa despertou sua preferência pela física.
O Tem Menina no Circuito está em cinco escolas de regiões de baixa renda do Rio de Janeiro e, desde 2019, também em Uberlândia, em Minas Gerais.
O projeto desenvolve uma série de atividades na área da física em que as meninas colocam literalmente a mão na massa, para que elas coloquem em prática o que aprendem.
A iniciativa também promove atividades extras levando as alunas para espaços de ciência, como os laboratórios da UFRJ e da Fiocruz. E realiza palestras, oficinas de robótica e feiras de ciências nas escolas, que incluem também os meninos