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Superbactéria causa mortes em UTI do Hospital Geral de Palmas

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Maira Heinen
06/04/2015 - 20:46
Brasilia

As Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Palmas, no Tocantins, estão com surto da superbactéria KPC. O Conselho Regional de Medicina do Tocantins ainda não tem contabilizado o número de mortes causadas pela bactéria no hospital. Esse e outros problemas na unidade de saúde foram apontados pelo CRM, em relatório divulgado no final de março.

 

Segundo o Conselho, na farmácia do Hospital faltam cerca de 24 medicamentos diferentes. Entre os citados estão glicose, ampicilina e tramadol. Também consta no relatório a falta de equipamentos de proteção individual e roupas adequadas aos pacientes e funcionários da UTI. O mesmo problema também foi constatado no centro cirúrgico.

 

Para o vice-presidente do CRM, Hélio Maués, a falta de um médico atuando como diretor técnico no hospital piora a situação da unidade.

 

Sonora: “Eu acho que a primeira coisa é ter um diretor técnico. Ele sendo médico, ele é um indivíduo que tem todas as condições de, pelo menos, tentar solucionar os problemas. Existe muito problema de gestão dentro desse hospital. Outro caminho seria a questão de providenciar os medicamentos adequados, os insumos também. Vimos também alguns medicamentos sendo depositados em corredores. Vimos pacientes sendo internados em corredores. Lá nesse hospital tem uma tenda que é um anexo que não tem ventilação, não tem exaustor, isso também a gente acha que não é adequado para o atendimento a pacientes”.

 

De acordo com o Conselho Regional de Medicina, a Secretaria de Saúde do Tocantins tem 30 dias para responder ao relatório. Caso não haja resposta, o Conselho deverá notificar novamente o órgão estadual e também outras autoridades responsáveis.

 

A Secretaria de Saúde do Tocantins (Sesau) informou, por meio de nota, que boa parte dos problemas apontados pelo CRM são de conhecimento do estado e que está empenhando todos os esforços para resolvê-los o mais breve possível.

 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do hospital, mas não obteve retorno a respeito da interdição de leitos na UTI.

 

A bactéria KPC pode ser encontrada em fezes, na água, no solo, em vegetais, cereais e frutas. A transmissão ocorre em ambiente hospitalar, pelo contato com secreções do paciente infectado, desde que não sejam respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene. Ela causa pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, levando à morte.

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