Em quase todas as regiões do Brasil, o número de cesarianas é superior ao número de partos normais.
Nas regiões Sul e Centro-Oeste, de cada dez nascimentos sete são cesarianas. A proporção mais baixa é na Região Norte, 46%.
Apesar de menor, o percentual é trés vezes superior ao indicado pela Organização Mundial de Saúde, 15%. A OMS alerta que cesarianas acarretam diversos riscos cirúrgicos.
De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, chamado “Como nascem os brasileiros”, a ser publicado em outubro, a proporção pode ser ainda maior conforme o estrato social da mãe.
De cada 100 mães com mais de 12 anos de estudo, formadas pelo menos no ensino médio, 85 tiveram filhos por cirurgia cesariana.
Para a demógrafa Ana Nogales, professora da UnB e consultora do Ministério da Saúde, modismo e conveniência aumentam a opção de mães e médicos pelas cesarianas.
Conforme a especialista, a maioria dos partos feitos no Brasil ocorrem em clínicas particulares conveniadas a planos de saúde.
No começo do ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar publicou normas para estímulo do parto normal e a consequente redução de cesarianas desnecessárias na rede particular. As novas regras reforçam o direito à informação pelas mães durante o pré-natal.
Conforme as normas, as consumidoras de planos de saúde poderão solicitar às operadoras os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. As informações deverão estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação.