Há 135 anos, morreu o inventor Francisco João de Azevedo que, com apenas uma lixa e um canivete, construiu, em madeira, uma máquina de escrever.
O invento só não foi patenteado porque segundo o biógrafo Ataliba Nogueira, um estrangeiro o fez desistir da ideia e roubou o projeto.
Ele inventou ainda um veículo terrestre movimentado pela força do vento, destinado ao transporte entre Olinda e Recife e uma máquina que aproveitava a força das ondas do mar para aplicá-la ao movimento do navio.
Francisco João de Azevedo nasceu em Mamaguape, na Paraíba em 1814. Apesar de ter ficado órfão cedo, seu pai lhe ensinou vários princípios de mecânica. E, ainda jovem trabalhou como tipógrafo.
Durante uma visita pastoral, em 1834, Dom João da Purificação Marques Perdigão, Bispo da Arquidiocese de Recife, conheceu Francisco João. E, ao tomar conhecimento de sua pobreza, o convidou para o Seminário Diocesano de Recife. Três anos depois, Francisco João foi ordenado Padre.
Além de Padre, ele foi professor no Arsenal da Marinha de Pernambuco. Foi nessa ocasião que começou a criar a máquina de escrever.
A máquina inventada por Francisco João foi feita em Jacarandá. Equipado com 14 teclas, o móvel se parecia com um piano. Cada tecla adicionava uma haste comprida com uma letra na ponta. A máquina permitia datilografar as letras do alfabeto e os sinais ortográficos. Um pedal era utilizado para trocar de linha.
O invento foi exibido na Exposição Agrícola e Industrial de Pernambuco de 1861, onde foi premiado com a medalha de ouro, na presença do Imperador Pedro Segundo.
Francisco João de Azevedo morreu em 1880 sem completar o sonho de patentear a máquina e transformar o Brasil num grande exportador do produto. Seu corpo foi enterrado no cemitério de João Pessoa.
De acordo com o biógrafo Ataliba Nogueira, no livro “Um inventor brasileiro”, publicado em 1934, o projeto de Francisco João foi roubado por um agente de negócios norte-americano que teria passado os desenhos ao tipógrafo Christopher Lathan Sholes, também norte-americano, que aperfeiçoou o invento e foi reconhecido como o inventor da máquina de datilografia.
Como em todas as grandes invenções, inúmeros países reivindicam a invenção da máquina de escrever. Além do Brasil e dos Estados Unidos, figuram na lista França, Inglaterra e Itália.





