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Conheça as etnias que vão disputar os Jogos Mundiais Indígenas

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Maíra Heinen
16/10/2015 - 14:56
Brasília (DF)

Neste domingo (18), Palmas no Tocantins começa a receber esportistas de diversas regiões do Brasil e do mundo. Muitos não são atletas profissionais, mas terão a oportunidade de apresentar a própria cultura por meio do esporte. A primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas vai receber 23 etnias brasileiras, além de populações tradicionais de outros 22 países.

 

Um dos organizadores do evento, o Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, não segue o mapa brasileiro, mas a geografia étnica, levando em conta os biomas nacionais: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Pampas e Pantanal. Para participarem, os indígenas precisam ser originários de suas aldeias, falar a língua tradicional e conhecer a própria cultura. Dentro da etnia, o cacique e o chefe da delegação recrutam os atletas.

 

O Cerrado estará representado pelos povos Karajá; Bakairi; Paresi; Xavante; Bororo; Nhambikwara; Rikbatsa; Canela; Manoki; Tapirapé; Xerente; Javaé; Kamaiurá e Kuikuro. O povo Xerente é o anfitrião da festa. Eles vivem no  Tocantins e estão divididos em duas terras indígenas. Estudo realizado pela Funasa, em 2010, contabilizou 3 mil e 17 indígenas deste povo. Os xerente já participaram de cinco edições dos jogos indígenas nacionais e a principal atividade deles no evento é a corrida com tora.

 

Os povos Asurini, Waiwai, Kayapó, Gavião Kykatejê, Gavião Parakatejê e Matis são os representantes da Amazônia. Os Matis, por exemplo, estão no Amazonas, na Terra Indígena do Vale do Javari. Estudos de 2010 apontavam 390 remanescentes da etnia. Os ornamentos desses povos são uma forma de identidade que define origem, gênero e idade, mas com o crescente contato com não-indígenas, muitos adornos acabaram em desuso. Os Matis já participaram de oito edições dos jogos e a principal atração desse grupo é a zarabatana.

 

O povo Pataxó marca a participação da Mata Atlântica. Cerca de 11 mil 833 índios Pataxó vivem entre o extremo sul da Bahia e o norte de Minas Gerais. Pelos registros históricos, os primeiros contatos com os Pataxó ocorreram no século dezesseis por colonos que os descreviam como povos amigos. Os Pataxó já participaram de 10 edições dos jogos indígenas e a principal atividade desse povo é a corrida.

 

Das terras mais ao sul do Brasil vem o povo Kaingang, representando os Pampas. Os Kaingang estão distribuídos em quatro estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, ocupando mais de 30 terras indígenas, que representam uma pequena parcela do território original. A população Kaingang é de cerca de 34 mil pessoas. Eles já participaram de oito edições dos jogos indígenas e se destacam no arremesso de lança.

 

Os representantes do Pantanal são os povos Terena e Guarani Kaiowá. Originalmente, os Terena habitavam o estado do Mato Grosso do Sul, mas hoje estão divididos em 16 terras indígenas e também podem ser encontrados nos estados do Mato Grosso e São Paulo. A luta pela demarcação é constante, pois ainda existem terras que não foram demarcadas. Atualmente são mais de 25 mil índios. Eles já participaram de dez edições dos jogos e a principal participação é no arco e flecha.

 

Nesta edição dos Jogos Mundiais Indígenas, a caatinga não terá nenhum representante.

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