Duas pessoas no Acre morreram de uma forma agressiva da doença de chagas após o consumo de açaí contaminado com o barbeiro, inseto transmissor da doença. As mortes foram em uma área rural do município de Rodrigues Alves.
De acordo com a técnica responsável pelo controle da doença de chagas e da leishmaniose no Acre, Carmelinda Gonçalves, dez pessoas da mesma família fizeram a ingestão do suco de açaí sem a devida higienização. Destas, quatro apresentaram os sintomas da doença em fase aguda. Celiana Cruz da Silva, de 17 anos, e o marido Francisco Maian da Costa, de 18 anos, morreram no final de fevereiro.
Cerca de um mês antes, eles procuram atendimento médico na Unidade Mista de Rodrigues Alves, com febre, mal estar, dor abdominal e cansaço físico, mas os casos foram tratados como suspeita de malária.
Só após o agravamento do quadro, eles foram atendidos no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul. Outras duas irmãs do jovem morto também foram internadas com a doença de chagas. A mais velha, de 24 anos, já teve alta. A criança ainda está hospitalizada, mas não corre risco de morte.
A transmissão oral, quando o próprio barbeiro contaminado é consumido, é mais grave porque existe a ingestão de uma quantidade grande do protozoário causador da doença. De acordo com as investigações da Secretaria Estadual de Saúde, as pessoas da casa consumiram o barbeiro triturado no açaí.
O consumo do suco do açaí é muito comum na Região Amazônica. Na cidade das vítimas, os moradores estão preocupados. Segundo Carmelinda, agentes de saúde vão orientar a população sobre o manuseio correto da fruta. Para a técnica, as pessoas não precisam parar de consumir o fruto, é preciso apenas fazer a higienização adequada.
Este ano, além das quatro pessoas de Rodrigues Alves, outro caso foi notificado, este por via vetorial, quando o inseto deposita as fezes na pessoa durante a picada. De acordo com a Secretaria de Saúde, em 2015 foram registrados seis casos da doença de chagas no estado.
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Print Paulo Pinto/Agência Brasil"
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