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Festival Folclórico do AM completa 60 anos com corte de verbas

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Bianca Paiva
25/06/2016 - 08:00
Manaus

O tradicional Festival Folclórico do Amazonas completa 60 anos em 2016, mas a comemoração está ameaçada por falta de recursos.

 

O evento é um dos que foram atingidos pelo corte de verbas para o setor de cultura, anunciado pelo governo amazonense, por causa da crise econômica no estado.

 

Diferentemente do Festival de Parintins, conhecido pelas toadas dos bois bumbás Garantido e Caprichoso, essa festa é caracterizada pela diversidade de ritmos como cirandas, danças nordestinas, quadrilhas, apresentação de tribos, além das toadas dos bois de Manaus.

 

Diversos grupos se apresentam para o público competindo em três categorias: ouro, prata e bronze.

 

O repasse de recursos para a categoria prata sempre foi feito pela Prefeitura e está garantido esse ano para os 63 grupos escolhidos por edital.

 

Já a ouro recebia verbas do Estado e este ano está ameaçada pelo corte. A bronze é uma novidade do festival em 2016. É uma categoria de acesso e será custeada pelos 30 grupos selecionados.

 

A apresentação dos bois de Manaus, Brilhante, Corre-Campo e Garanhão faz parte da categoria principal. Apesar de também terem ficado sem dinheiro do governo estadual, eles possuem patrocínio privado e conseguiram a cessão do Sambódromo para a realização da competição entre eles, prevista para o final de agosto.

 

Mas outros cerca de 70 grupos da categoria ouro não têm outros meios para viabilizar as próprias apresentações.

 

O presidente da Associação dos Grupos Folclóricos do Amazonas, Raimundo Nonato Bentes, lamenta a redução de recursos para o festival.

 

Sonora: "O festival é patrimônio imaterial do estado do Amazonas. Seria o sexagésimo, edição de número 60, bodas de diamante, e foi infelizmente essa decepção toda. Até mesmo no ano olímpico, muitos turistas estarão na cidade de Manaus. Eu acho que faltou planejamento no sentido de apresentar essa vitrine, a cultura popular do estado, o folclore para os turistas”.

 

O ex-presidente da Associação Cultural Folclórica Educandense Boi Bumbá Garanhão e atualmente assessor jurídico da Liga Independente dos Grupos Folclóricos de Manaus, Ivo Morais, diz que as associações ainda tentam negociar com a prefeitura de Manaus verbas para a categoria ouro.

 

Sonora: “Nós estamos tentando uma audiência com o prefeito para ver de que forma a prefeitura poderia, se tivesse condições, ao menos agilizar uma estrutura pra que acontecesse a disputa da categoria ouro, sem dinheiro. Porque o estado não dá nem dinheiro, nem local, nem estrutura”.

 

O diretor de Cultura da Manauscult, Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos, Márcio Braz, prefere não comentar sobre a situação da categoria ouro por ser atribuição do governo estadual. Porém, ele informou que representantes dos três bois de Manaus solicitaram apoio do órgão.

 

SONORA: “Eles solicitaram um apoio nosso, um apoio financeiro e logístico, do qual nós estamos estudando a possibilidade de apoio. Somente para esses três grupos que foram os únicos da categoria ouro que nos procuraram”.

 

Márcio Brás informou ainda que, para a realização das categorias prata e bronze, a prefeitura de Manaus disponibilizou o CSU, Centro Social Urbano, do Bairro Parque Dez de Novembro, que passa por reforma. A previsão, de acordo com ele, é de que as apresentações aconteçam durante 12 dias a partir da segunda quinzena de julho.

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