Após a truculenta remoção ocorrida nesta segunda-feira, os moradores da comunidade do Horto, que fica ao lado do Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro, mantém a vigília. Isso porque outras quatro residências estão com a ordem de despejo autorizadas. Uma delas é a de Ana, que prefere não dizer seu sobrenome, e que vive com o filho na casa herdada dos sogros e construída na década de 20.
Os moradores montaram barricadas com troncos de bambu para dificultar a entrada do choque na comunidade, caso uma nova desapropriação seja feita no dia seguinte. O presidente da Associação de Moradores, Emerson de Souza, disse ainda que uma comitiva foi à Brasília para uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar novas ações.
A comunidade estabelecida no local há mais de cem anos trava uma batalha com a União desde a década de 80 porque o governo alega que a área pertence ao Jardim Botânico. Atualmente, mais de 200 processos de reintegração estão parados na Justiça aguardando que a União apresente uma alternativa fundiária para a comunidade.
O instituto divulgou uma nota nesta quarta-feira em que afirma que o parque permanece fechado porque as barricadas estão impedindo a entrada de funcionários. No entanto, a reportagem presenciou trabalhadores passando tranquilamente pela comunidade.
