Retrospectiva: Incêndios florestais e invasão de terras indígenas marcaram a Amazônia em 2016
O ano de 2016 começa cinza em Manaus. Uma onda de incêndios florestais atinge a capital manauara, modificando o cenário e afetando a saúde dos moradores.
Sonora/Repórter: O Secretário de Estado do Meio Ambiente, Antonio Stroski, disse que esse quadro não é comum nesta época do ano e as causas estão sendo investigadas.
Em janeiro o boletim climático do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), já previa dias difíceis para o Amazonas em 2016, com chuvas abaixo da média em boa parte do Estado. Tudo isso por causa do fenômeno El Niño que provocou um aquecimento fora do normal na região.
Ainda em Janeiro, ocorreu a desocupação do Garimpo Ilegal Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.
Sonora/Repórter: O garimpo ilegal no Mato Grosso foi desocupado duas vezes. A primeira vez foi em novembro do ano passado, quando 7 mil pessoas exploravam ilegalmente a área em busca de ouro. Desta última vez, um número menor. Cerca de duas mil, mas com maior poder maior de exploração e equipamentos pesados.
Em fevereiro, ganhou repercussão um caso que revela a precariedade da saúde no Brasil. Em Jutaí, Amazonas, médicos improvisaram uma máscara de oxigênio com garrafa de refrigerante, em dois bebês prematuros, porque o material estava em falta na unidade.
O casal de gêmeos nasceu aos 7 meses de gestação e ainda não tinha os pulmões formados. A menina, que tinha um quadro pulmonar mais debilitado, morreu.
Sonora: O médico Alailson Ferreira Lisboa, que cuidou do casal de gêmeos prematuros nascidos no Hospital de Jutaí, afirmou que o uso de máscaras de oxigênio improvisadas era fundamental naquele momento para salvar a vida de Gabriel e Gabriele.
Gabriel só teve alta hospitalar em abril.
Ainda em fevereiro índios da região de Guajará Mirim e Nova Mamoré, em Rondônia, denunciaram constantes invasões de madeireiros ilegais nas áreas indígenas.
Sonora/Repórter: Homens do exército e da polícia federal precisaram atuar nas áreas para a retirada dos invasores. As terras mais afetadas são Igarapé Lage e Igarapé Ribeirão, do povo Oro Wari.
Segundo os índios, mesmo com a ação policial, os madeireiros ilegais insistem em invadir as áreas indígenas há pelo menos 15 anos.
Março começa com a expulsão de três estudantes de agronomia de uma faculdade em Vilhena, Rondônia.
Eles foram punidos por liderarem, em 15 de fevereiro, um trote violento que deixou vários calouros feridos.
Sonora/Repórter: Os veteranos jogaram creolina e larvicida nos estudantes novatos, o que causou queimaduras pelo corpo.
Outros alunos que participaram do episódio foram suspensos por dois meses.
No mesmo mês, integrantes da Colônia de Pescadores Z-60, no Pará, foram alvos de uma operação da Polícia Federal em Redenção e Conceição do Araguaia, acusados de receber ilicitamente o seguro defeso.
Sonora/Repórter: Denúncias registradas entre 2012 e 2013 apontam o cadastro de pessoas que não se enquadravam nos requisitos legais para o benefício. Com o cadastro, elas recebiam ilegalmente recursos públicos federais e parte do valor recebido também era repassado aos fraudadores, que começaram a enriquecer de forma ilícita.
Mais de 900 pessoas já estavam recebendo o seguro defeso em Redenção. Porém, o número real de pessoas que viviam da atividade de pesca artesanal não ultrapassava 30 pessoas. Os envolvidos foram acusados de estelionato e corrupção ativa e passiva.