O Grupo de Trabalho do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que cuida de assuntos referentes à Olimpíada de 2016, enviou ofício ao Ministério do Esporte e o Comitê dos Jogos Olímpicos para saber sobre repasses de recursos públicos para cobrir um déficit de R$ 132 milhões dos Jogos.
O ofício foi expedido com o objetivo de acompanhar, de forma preventiva, as medidas do governo decorrentes de uma lei que autorizava a destinação de verba pública para cobrir eventuais déficits operacionais do Comitê Organizador Local. Mas essa lei foi revogada antes da Rio 2016.
Segundo o procurador da República Leandro Mitidieri, integrante do Grupo de Trabalho e autor do ofício, existe uma pressão internacional para que o governo brasileiro arque com a dívida. Ele ressalta, no entanto, que não há autorização legal para mais destinação de dinheiro público para os jogos.
De acordo com o comunicado do MPF, os dados contábeis do Comitê contrariam os executivos do evento, que culpam a prefeitura e governo federal pelo rombo gerado. O documento também contraria o discurso adotado pelos organizadores dos Jogos, de que não haveria dinheiro público no evento e que apenas obras externas ficariam com a prefeitura, estado ou governo federal.
Procurado, o Comitê dos Jogos Olímpicos informou que ainda não foi notificado oficialmente.
Já o Ministério do Esporte, por meio de nota, disse que cumpriu na integralidade todos os compromissos assumidos para a realização dos Jogos não tendo, portanto, nenhuma pendência com o Comitê Rio 2016. A nota informa, ainda, que o Ministério do Esporte está à disposição para prestar as informações solicitadas pelo MPF.