Entre reuniões com mais de 50 deputados federais na véspera da apresentação da defesa do presidente Michel Temer à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara sobre denúncias de corrupção passiva e organização criminosa, uma pauta econômica teve lugar na agenda movimentada.
Se reuniram com Temer dois representantes da empresa de telefonia OI: o Ex-ministro das Comunicações e atualmente membro do conselho de administração da companhia, Hélio Costa, e o presidente do conselho, José Mauro Carneiro. Eles foram acompanhados do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, e de parlamentares.
De acordo com os conselheiros, eles foram colocar o presidente da República "a par" do plano de recuperação judicial da empresa, que acumula dívidas em um total de 65 bilhões de reais, como explica Hélio Costa.
" A empresa não precisa de 1 real do governo. Precisa apenas chegar na assembleia pelo menos com a questão da Anatel e multas resolvidas. E sabendo que os bancos oficiais, que estão programados para votar em conjunto, tenham o entendimento de que estão recebendo um tratamento privilegiadíssimo, porque vão receber todos os seus vencimentos.
O plano de recuperação judicial da Oi vai ser apresentado na próxima semana aos credores, entre eles bancos públicos e a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações. Um dos pedidos da multinacional é o aumento do tempo para pagamento das dívidas, segundo o conselheiro Hélio Costa.
"Dos 60 bilhões , 20 bilhões são de multas que foram estabelecidas nos últimos 20 anos. Durante todo esse processo nos recebemos 1 bilhão de multas por ano. A questão é tempo. Não temos como pagar em quatro anos".
O plano de recuperação judicial da Oi deve ser votado no dia 23 de outubro pela assembleia de credores da multinacional. A AGU, Advocacia Geral da União já se posicionou de forma contrária a parte do primeiro plano apresentado pela empresa, em agosto, que transformava parte das multas aplicadas pela Agência em investimentos.