Donos da agência e guia que levaram turista espanhola à Rocinha serão indiciados
Os donos da agência que vendeu o passeio à Rocinha para a turista espanhola morta na segunda-feira (23) e a guia turística que a acompanhava vão ser indiciados pela polícia do Rio de Janeiro, de acordo com a titular da Delegacia de Atendimento ao Turista, Valéria Aragão.
Por enquanto, eles serão enquadrados no Artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor, por terem omitido uma informação relevante aos clientes, já que sabiam que o passeio naquele dia oferecia riscos.
No entanto, ela ressaltou que as investigações continuam e que está procurando formas de responsabilizá-los por alguma infração mais grave do que essa, que prevê, no máximo, um ano de detenção.
O presidente do Sindicato de Guias Turísticos do Rio de Janeiro, Fernando Batista, também acredita que a profissional errou em prosseguir com o passeio, já que uma operação policial estava sendo realizada na Rocinha.
As declarações foram dadas após uma reunião realizada nessa quarta-feira (25) com diversos representantes de órgãos e entidades das áreas de segurança e turismo da cidade do Rio que discutiu uma regulamentação específica para os passeios realizados nas favelas, após a morte da turista espanhola.
Maria Esperanza Jimenez, de 67 anos. foi alvejada, dentro do carro da empresa de turismo, por um tiro de fuzil disparado por um tenente da polícia. Ele já foi indiciado por homicídio doloso qualificado e, apesar de ter ganhado o direito de responder pelo crime em liberdade, permanece detido por causa do processo militar que corre em paralelo.