Em 10 anos de Lei Seca, mais de mil motoristas do DF foram multados até 12 vezes
Muitos motoristas do Distrito Federal ainda têm o hábito de beber e dirigir, mesmo após dez anos de vigência da Lei Seca.
Apenas em 2018, 10 mil condutores foram autuados por dirigir veículo sob o efeito de bebida alcoólica. Desde o ano de 2008, quando a lei começou a valer, 1.009 motoristas do Distrito Federal reincidiram de três a 12 vezes nessa prática, segundo o Detran.
Em todo ano de 2017, foram 25 mil infratores autuados pela Lei Seca.
Apenas neste ano, mais de 100 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito. Em 2017, foram 256 mortos. Um deles, Ailton da Silva Assis, de 31 anos, morreu quando voltava da igreja com a mulher, Taynã Carvalho, e o filho Rafael.
O motorista Emanuel Batista, que provocou o acidente, estava embriagado e dirigia em alta velocidade. Apesar da Lei Seca, ele ficou pouco tempo preso. Taynã destaca que Emanuel foi solto no mesmo dia do enterro do marido.
O diretor-geral do Detran-DF, Silvain Fonseca, afirma que muitos motoristas reincidentes em multas baseadas na Lei Seca são dependentes do álcool. Para ele é necessária mudança na legislação.
Além de não permitir uma gota de álcool no sangue, a Lei Seca estipula multa gravíssima para quem beber e dirigir, no valor de quase R$ 3 mil, suspensão da carteira de motorista por 12 meses, instauração de inquérito por homicídio culposo ou doloso, com pena de cinco a oito anos de detenção.
O policial rodoviário federal e ex-conselheiro do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Jerry Dias, participou da regulamentação da Lei Seca e detalha em que contexto ela foi criada.
O Detran-DF intensificou a fiscalização de trânsito nos locais onde os motoristas reincidentes em beber e dirigir mais circulam. A meta é evitar esse comportamento e possíveis acidentes.
