Terno e sapatos brancos, gravata e chapéu... Era assim, que o cantor e compositor Moreira da Silva gostava de se apresentar. Também conhecido como Kid Moringueira, o sambista era só sucesso: no morro, na lapa, no rádio e na televisão.
Mas, no dia 6 de junho de 2 000, o malandro foi pro céu... A morte de Moreira da Silva foi destaque nos principais jornais e telejornais do país.
Amizadinha, como gostava de chamar todo mundo, nasceu no Rio de Janeiro. Sua mãe era cozinheira. Seu pai tocava trombone na banda da Polícia Militar, mas morreu cedo. E o menino, de 11 anos, que nasceu no dia da mentira e foi criado no morro, deixou a escola para trabalhar. Passou por fábricas, tecelagens, dirigiu táxi e ambulância. Também foi cruppie em cassino, mas era na boêmia o seu lugar. De amizade em amizade se tornou cantor. Sua estréia aconteceu aos 29 anos. Primeiro, na Odeon, gravou dois pontos de macumba ("Ererê" e "Rei da Umbanda").
Depois gravou mais dois discos, dez, 50 e... ultrapassou os 100. O sambista integrou o conjunto Nó em Pingo d'Água. Na década de 1990 foi enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos e até virou personagem do livro de Alexandre Augusto: "Moreira da Silva - O Último dos Malandros".
Mas, era orgulhoso, não pedia nada a ninguém: “Quem tem dois braços tem que trabalhar, nem roubar, nem matar”. E foi aí que surgiu, em 1935, o grande sucesso “Implorar”...
Moreira ganhou notoriedade pelos sambas de breque e se tornou o maior nome no gênero musical.
Os anos 1930 e 1940 foram importantes para sua carreira no rádio. Na Televisão, manteve o sucesso interpretando o Kid Morengueira. Há quem diga que, foi um misto de herói e malandro.
Moreira da Silva também era poliglota... "de araque".
Amizadinha não bebia nem fumava, mas convivia com os malandros mais malandros da época. Bezerra, Dicró e Moreira se tornaram comparsas.
MALANDRO QUE É MALANDRO NÃO MORRE NUNCA. E foi este tipo de malandro que Moreira fez questão de ser.
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