Justiça condena 23 ativistas que participaram de protestos no Rio em 2013 e 2014
Os 23 jovens acusados de organizarem protestos violentos no Rio de Janeiro, entre 2013 e 2014, foram condenados à prisão em regime fechado. A decisão foi tomada nesta terça-feira, pelo juiz Flávio Itabaiana, da Vigésima Sétima Vara Criminal do Tribunal de Justiça.
Ele sentenciou os ativistas a penas entre 5 e 7 anos de reclusão, pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção de menores, dano qualificado, resistência, lesão corporal e posse de artefatos explosivos.
Como a condenação foi em primeira instância, todos os 23 jovens poderão recorrer da decisão em liberdade, mas terão que continuar cumprindo as medidas cautelares impostas anteriormente no processo, como proibição de participar de protestos e de deixar o país.
Entre os condenados estão Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, considerada umas das líderes do grupo; além de Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, que também foram condenados em outra ação pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingindo por um rojão na cabeça, enquanto fazia a cobertura de um protesto para a TV Bandeirantes, em fevereiro de 2014.
De acordo com o Ministério Público os manifestantes planejavam protestos violentos durante a Copa do Mundo no Brasil. Além disso eles também teriam a intenção de incendiar a Câmara Municipal do Rio, durante o movimento Ocupa Câmara, quando a sede do legislativo carioca foi ocupada por manifestantes em julho de 2013.
Já o advogado João Tancredo, que defende dois dos condenados, considerou que a decisão já era esperada, devido ao perfil demonstrado pelo juiz ao longo do processo.
Segundo ele, os manifestantes não planejaram protestos violentos e foram às ruas apenas para se posicionar contra a realização da Copa do Mundo, alegando que as obras para o evento seriam superfaturadas, gerando gastos desnecessários ao país.
O defensor afirmou ainda que os ativistas estavam certos ao denunciarem os excessos e a corrupção nas obras da Copa, que posteriormente comprovados pela Lava Jato.