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MP do Acre mapeia rotas de drogas vindas do Peru e da Bolívia

Tráfico Internacional
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Renata Martins
31/07/2018 - 09:06
Brasília

Facções brasileiras acirram disputa por rota do tráfico na fronteira do Acre com Peru e Bolívia. O Ministério Público do Acre mapeou os dez principais trajetos utilizados pelos traficantes.

 

A droga parte de cidades peruanas e bolivianas. Chega ao Brasil por rios, estradas e até mesmo em voos comerciais. No Acre, passa principalmente pelas regiões do Juruá, Alto Acre e Purus.

 

O mapeamento é fruto de um monitoramento feito pelo Ministério Público do Estado do Acre desde 2013. A maior parte dos trajetos mapeados fica na fronteira com o Peru. O país é apontado pela ONU como maior produtor mundial da coca.

 

Os dados do MP dão apoio a agentes de segurança pública, como o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

 

Pela região do Juruá, por exemplo, o trajeto passa por Cruzeiro do Sul, de onde sai a droga para a capital Rio Branco, pela BR-364. 

 

Os promotores identificaram que, no Acre, predomina a atuação de quatro organizações criminosas, sendo duas nacionais e duas que surgiram no estado. 

 

Para o promotor Bernardo Albano, coordenador-adjunto do Núcleo de Apoio Técnico do MP, a questão geográfica provocou o interesse das facções.

 

Sonora: “Isso trouxe um acréscimo de atuação das organizações criminosas, visando a conquista dessa região estratégica para o escoamento dessa rota. Nós realizamos o monitoramento das rotas mais utilizadas, assim como a identificação e a movimentação dessas organizações criminosas. A gente também tem um olhar para os países limítrofes - Peru e Bolívia, porque o que acontece nesses países repercute muito em território acreano.”

 

O Ministério Público aponta que o monitoramento resultou na denúncia de mais de 800 integrantes de facções criminosas e na recuperação de cerca de R$ 15 milhões em bens e valores apreendidos, num período inferior a dois anos.

 

O acirramento da disputa entre facções criminosas por território de drogas, a partir de 2016, ocasionou brigas dentro e fora dos presídios do Acre. De acordo com o MP, os conflitos têm relação direta com o aumento da violência no estado. Ano passado, o Acre registrou o segundo pior índice em relação à taxa de mortes violentas: quase 64 crimes por 100 mil habitantes.

 

O governo do estado aponta uma redução nesses números neste ano. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, entre janeiro e julho, os homicídios diminuíram 15% em comparação ao mesmo período de 2017.

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