Defensoria cobra regularização da fila de espera para cirurgias ortopédicas no Rio
A Defensoria Pública da União solicitou ao Into-Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, que tome providências para regularizar a fila de pacientes que aguardam por consultas e cirurgias.
Um plano concreto de ações, inclusive com realização de mutirões, deverá ser apresentado em audiência marcada para outubro na Justiça Federal.
Segundo o relatório semestral, apresentado pela Advocacia Geral da União, há mais de 19 mil pacientes na fila para consultas ambulatoriais. Já para quem aguarda por cirurgias, o número é de 11 mil e 500 pacientes. De acordo com a DPU, o tempo de espera pelo procedimento cirúrgico pode chegar há seis anos.
O relatório também identificou que, o Into realizou no primeiro semestre deste ano, apenas 78% da meta estipulada até junho. O defensor regional de Direitos Humanos Daniel Macedo alerta que, neste ritmo, o Instituto não conseguirá alcançar a meta anual estabelecida de 10 mil 703 cirurgias ortopédicas.
E afirma que uma das consequências desta situação é a retirada do tempo de cura do paciente.
O Into tem um orçamento médio anual de 246 milhões de reais e é responsável por 50% das cirurgias ortopédicas realizadas no estado do Rio de Janeiro e por cerca de 70% no município.
Segundo Daniel Macedo, outro problema identificado é a constante troca de diretores. O INTO está há mais de 50 dias sem diretor-geral, por que o último foi preso na Operação Ressonância, que investigou fraudes em contratos na área da saúde.
O defensor explica que o desabastecimento da unidade tem duas causas: além do subfinanciamento, a corrupção.
Por nota, o Into informou que, até o momento, não foi intimado pela Justiça Federal do Rio. Contudo, o texto afirma que um Comitê Gestor, formado por profissionais do quadro, já está trabalhando na elaboração de um plano de ação para dar maior celeridade ao atendimento. O documento será entregue em breve à DPU e aos demais órgãos de controle.
O instituto disse, ainda, que vem realizando todos os esforços para a redução de filas e selecionando pacientes que necessitam de prioridade no procedimento.