O médium João de Deus ficou menos de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola nesta quarta-feira (12), onde realiza os atendimentos espirituais em Abadiânia, interior de Goiás.
Foi a primeira aparição pública desde o início das denúncias de crimes sexuais. Ao chegar no centro, o religioso foi aplaudido e falou rapidamente ao microfone.
Oito minutos depois de chegar, João de Deus deixou o centro em meio a um tumulto. Apoiadores da casa fizeram um cordão de isolamento para evitar a proximidade da imprensa, o que gerou empurra-empurra.
Um jornalista foi mordido por uma mulher e um fotógrafo acabou levando um tapa no peito para que se afastasse. Só não caiu no chão porque foi segurado por outros colegas da imprensa.
Antes de entrar no carro, João de Deus disse ser inocente. A assessora da casa, Edna Gomes, pediu desculpas pelos excessos de apoiadores na saída do médium e disse que ele não fez os atendimentos porque se sentiu mal.
Os frequentadores da Casa se dividem entre os que não acreditam nas denúncias de abuso sexual por conhecerem de perto João de Deus e os que têm dúvidas, mas continuam gratos pelo trabalho espiritual que o espaço realiza.
A advogada Jacinete Ribeiro Soares, de Goiânia, de 32 anos, diz que frequenta a casa toda semana e acredita que o trabalho não vá acabar. Ela fala que está indignada com as denúncias e que não acredita nelas.
Segundo o Ministério Público de Goiás, 209 mulheres denunciaram João de Deus por crimes sexuais até o momento.
Nos relatos divulgados pela imprensa, ele é acusado de abusar sexualmente das vítimas enquanto dizia fazer um trabalho espiritual. O médium nega e se coloca à disposição da Justiça.