O presidente da Vale, Fábio Shvarstzman, reconheceu em entrevista coletiva que o rompimento da barragem deve provocar uma tragédia humana de grandes proporções e que o dano ambiental deve ser menor, em comparação com a de Mariana, há três anos.
Shvartzman disse que a maioria dos atingidos pelo rompimento é composta de trabalhadores da empresa, entre funcionários próprios e terceirizados e que até o momento pouco mais de 100 foram localizados com vida.
Segundo ele, não se sabe ainda quantos se acidentaram pois houve soterramento do produto vazado pela barragem.
De acordo com ele, uma única barragem se rompeu e uma segunda transbordou, porque parte do vazamento a teria alcançado. O material vazado, segundo Shvartzman, tem pouco potencial de contaminação. A capacidade da barragem rompida era de 12 milhões de metros cúbicos.
Shvartzman frisou que a barragem tinha auditorias recentes que atestavam a estabilidade da mina. Segundo ele, no último dia 10/01 foi realizada a última fiscalização com leitura dos monitores e estava tudo normal.
E o último relatório enviado de auditoria externa, de setembro do ano passado, atestava a perfeita estabilidade do sistema. O documento é da empresa alemã TUV SUD especializada em revisão de barragem.
O presidente da Vale ressaltou ainda que depois do rompimento da barragem do fundão, em Mariana, a vale redobrou os cuidados e fez tudo de mais moderno do ponto de vista de verificação da estabilidade dos seus sistemas. Mas disse que o momento não é para procurar respostas para o que aconteceu e sim dar assistência prioritária às vítimas.
Shvartzman disse que um gabinete de crise foi montado pela empresa e que estão prestando toda a colaboração às equipes de resgate, com a disponibilização de quarenta ambulâncias e helicópteros na região.
A vale também criou um comitê de ajuda humanitária em Brumadinho, com equipe formada por assistentes sociais e psicólogos para prestar assistência aos atingidos pelo rompimento e seus familiares.