Viva Maria: Poder religioso não pode ser justificativa para nenhum tipo de abuso, diz ativista
O médium João Teixeira de Oliveira, conhecido como João de Deus, acabou de virar réu. Preso desde 16 de dezembro, agora ele vai ter que responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
A decisão de torná-lo réu foi da juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da comarca de Abadiânia (GO), ao acatar a denúncia de quatro vítimas.
Sabemos que, como elas, centenas de mulheres acusam o médium de abusos sexuais durante o tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Embora a defesa do médium negue todos esses crimes, a toda hora, surgem supostos novos casos. Anteontem (8), o Ministério Público de São Paulo recebeu da ativista Sabrina Bittencourt documentos sobre a suposta participação de João de Deus numa quadrilha que traficou bebês e escravizou mulheres por 20 anos.
Viva Maria se une à perplexidade e compartilha com a Católicas pelo Direito de Decidir a certeza de que o poder religioso não pode ser justificativa para qualquer tipo de abuso.
Indignadas com o uso da fé e da religiosidade para a perpetuação da violência contra as mulheres, a Católicas, como nós, espera que o caso seja investigado e punido exemplarmente. Que o diga Maria José Rosado, ela que é presidente da ONG Católicas pelo Direito de Decidir. Seja muito bem-vinda!
Viva Maria: Programete que aborda assuntos ligados aos direitos das mulheres e outros aspectos da questão de gênero. É publicado de segunda a sexta-feira. Acesse aqui as edições anteriores.