Duas semanas após o rompimento da barragem em Brumadinho, outras duas cidades de Minas Gerais temeram passar pela mesma situação. As barragens não romperam, mas cerca de 700 pessoas precisaram abandonar as casas no meio da madrugada desta sexta-feira (8).
Em um dos casos, no município de Barão de Cocais, 500 pessoas abandonaram as residências, às pressas, por causa de uma determinação da Agência Nacional de Mineração. A barragem Sul Superior da Mina Congo Soco, também da empresa Vale, apresentou problemas.
As sirenes tocaram por volta da uma hora da manhã. Um dos moradores gravou o sinal de alerta.
Segundo a empresa Vale, a evacuação foi por precaução depois que um laudo negou a Condição de Estabilidade à estrutura.
Três comunidades que ficam a dois quilômetros da barragem foram esvaziadas. Os moradores foram encaminhados para o ginásio da cidade.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um morador relata o desespero de ser acordado com sirenes, pouco antes de ouvir o carro de som com a mensagem de evacuação.
A Vale informou que está intensificando as inspeções da barragem e que pretende implantar equipamento que detecta movimentações milimétricas na estrutura. Consultores internacionais deverão fazer uma nova avaliação da situação no domingo. A mineradora informou ainda que a barragem de Barão de Cocais estava sem receber rejeitos de minérios desde 2016 e que ela é uma das 10 estruturas que a empresa decidiu desativar definitivamente.
No outro episódio, no município de Itatiaiuçu, que fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte, cerca de 50 famílias também foram retiradas durante a madrugada. A Defesa Civil alertou para o risco de rompimento da barragem, que pertence à mineradora ArcelorMittal, que não respondeu aos contatos até o fechamento da reportagem.
*Em nota, a ArcelorMittal Mineração informou que a evacuação de uma comunidade próximo à barragem de rejeitos Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG), foi feita como medida de precaução. A ação, segundo a empresa, decorre de “inspeção e auditoria minuciosas” da barragem, realizadas após recentes incidentes no setor de mineração no Brasil. Ainda de acordo com o comunicado, com base na variação do fator de segurança, a decisão tomada foi de retirar todos os moradores para que testes adicionais sejam realizados e medidas de mitigação sejam implementadas.