O município do Rio de Janeiro está em estágio de crise desde as 22h15 desta quarta-feira (6), devido a um temporal acompanhado de ventos muito fortes, que atingiram a cidade.
As áreas mais afetadas foram as zonas sul e oeste. De acordo com dados do Alerta Rio o sistema de monitoramento da prefeitura do Rio, o volume de chuva acumulado em apenas duas horas na noite desta quarta, foi maior do que o esperado para todo o mês de fevereiro em alguns pontos dessas regiões.
A prefeitura confirmou três mortes relacionadas à chuva até o início da manhã desta quinta-feira (7). Duas em Guaratiba, na zona oeste, e uma na favela da Rocinha, na zona sul.
No caso de Guaratiba, as mortes foram provocadas pelo desabamento de uma casa, onde moravam quatro pessoas da mesma família. A mãe e um dos filhos morreram na hora, o pai e o outro filho ficaram feridos e foram levados para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste.
Até o início da manhã ainda não havia informações sobre o estado de saúde deles. A outra morte confirmada ocorreu após um deslizamento na favela da Rocinha.
Também foram registrados diversos deslizamentos de terra na Avenida Niemeyer, que liga os bairros do Leblon e de São Conrado, na zona sul.
Um dos deslizamentos atingiu um ônibus, que acabou tombando sobre a ciclovia que fica na encosta da via. De acordo com o motorista, dois passageiros que estavam no coletivo ficaram presos nas ferragens.
Em outro trecho da Avenida, um deslizamento de terra provocou o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, que caiu no mar. O local é próximo de onde outra parte da ciclovia que foi derrubada pelas ondas, durante uma ressaca em abril de 2016, matando duas pessoas.
A prefeitura já informou que a via ficará totalmente interditada durante toda a quinta-feira.
A ventania que acompanhou o temporal também causou bastante estrago. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, as rajadas mais fortes foram registradas na Estação do Forte de Copacabana e chegaram a 110 quilômetros por hora.
Até o início da manhã desta quinta, a prefeitura registrou mais de 100 quedas de árvores pela cidade. Em alguns casos, as árvores caíram nas pistas interditando as vias. Em outros, os galhos caíram sobre a rede elétrica e provocaram falta de energia, principalmente em bairros das zonas oeste e norte.
A ventania também arrastou um veleiro, que estava no mar, para a paria do Arpoador. A embarcação ficou encalhada na areia e os quatro ocupantes escaparam ilesos.
Além disso, alguns quiosques na orla de Ipanema, na zona sul, e do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, foram danificados.
No início da manhã desta quinta ainda havia grandes bolsões d’água em pelo menos dez pontos da cidade no Leblon, na Gávea, em Ipanema, na Lagoa, em Botafogo e em São Conrado, na zona sul, e no Itanhangá e na Barra da Tijuca, na zona oeste.
A boa notícia é que não há previsão de chuva forte para o Rio nesta quinta-feira. Mesmo assim podem ocorrer precipitações de intensidade fraca a moderada ao longo do dia e a probabilidade muito grande de deslizamentos de terra, na zona sul da cidade, e alta na zona oeste.