A ave de penas exuberantes, num tom de azul piscina, chamou a atenção de colecionadores de animais exóticos. Foi, principalmente, por meio da retirada ilegal das ararinhas-azuis do habitat e por causa do desmatamento da Caatinga brasileira, que elas foram consideradas extintas na natureza.
Para tentar mudar esse quadro e evitar que essa espécie de ave suma de vez do planeta é que o Brasil, em parceria com uma instituição não governamental da Alemanha, vai repatriar 50 ararinhas-azuis.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) comemora o fechamento do acordo, que já estava sendo tratado há 10 anos.
Sonora: “É um feito importante para o Brasil porque a gente vai reintroduzir uma espécie que estava extinta. E, dependendo de como for o desenvolvimento da espécie, elas serão reintroduzidas em Juazeiro, na Bahia.”
As ararinhas-azuis devem chegar ao Brasil entre outubro e novembro deste ano em um voo fretado. Quando desembarcarem, vão passar por uma quarentena para que o estado de saúde delas seja avaliado.
Depois desse processo, cerca de 15 dessas aves serão selecionadas para serem reintegradas à natureza e serão monitoradas pelo resto da vida. O restante será parte da pesquisa para aumentar o número de exemplares da espécie.
A analista ambiental do ICMBio, Camile Lugarine, contou um pouco de como será o processo de reintegração das ararinhas-azuis à natureza:
Sonora: “E essa é a primeira reintrodução de aves silvestres sem ter uma população de vida livre. Isso significa que haverá perdas de indivíduos. E isso servirá para monitorar e aprender a melhorar a reintrodução. Então, serão diversos eventos de reintrodução.”
Um dos grandes desafios enfrentados é que a ararinha-azul é uma ave monogâmica de longo prazo. Isso quer dizer que ela vive com o mesmo companheiro por toda a vida. O problema é que nem todas são compatíveis geneticamente para se reproduzirem, o que dificulta o processo de aumentar a quantidade de exemplares dessa ave.
Atualmente, existem 163 exemplares da ararinha-azul no mundo, todas vivendo em cativeiros legalizados. A maioria delas vive na Alemanha. Somente 13 exemplares, sendo dois recém-nascidos - estão no Brasil, em uma reserva em Minas Gerais.