Quem nunca viu uma criança diante de uma propaganda, dizer: “Mãe, eu quero esse brinquedo!”
Publicidade infantil e anúncios abusivos são alguns dos aspectos que fez a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos aplicar multa de 170 milhões de dólares a multinacional Google, por coletar dados pessoais de crianças que acessam o Youtube e passar, ilegalmente, essas informações a companhias de publicidade infantil.
Mariana Borges, técnico em enfermagem, é mãe de três filhos e conta que a atenção é dobrada quando os filhos estão assistindo vídeos no Youtube.
SONORA: "Eles assistem Youtube somente acompanhados pelo pai ou por mim", afirma Mariana.
Na decisão da Comissão Americana, foi ordenado que os vídeos de conteúdos puramente infantis tivessem notificações e comentários desativados, retirando a monetização dos anúncios na plataforma, que são aquelas propagandas que antecedem os vídeos.
A advogada do Programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, Lívia Cattaruzzi, disse que a publicidade infantil é considerada abusiva, por se aproveitar da vulnerabilidade da criança. Ela explica, também, como ficará o novo modelo da plataforma após o acordo.
SONORA: "Qualquer conteúdo infantil da plataforma não vai poder ser monetizado, não vai mais poder ter o anúncio direcionado de acordo com o comportamento e outras informações pessoais e de perfil do usuário que assiste esses vídeos", explica Lívia.
A medida terá prazo de quatro meses para que o Youtube faça toda a readaptação, que obriga a oferecer novas proteções às crianças na plataforma. A única publicidade que será permitida para os vídeos infantis serão as de contexto, ou seja, aquelas que são mostradas de acordo com a temática do vídeo em questão, não com os dados de comportamento coletados.
Com supervisão de Roberto Piza, da Rádio Nacional em Brasília, Évelyn Cabral.