A Polícia Federal prendeu oito pessoas envolvidas no contrabando de migrantes, que usavam o Brasil, especialmente São Paulo e Rio Branco, no Acre, como passagem para chegar aos Estados Unidos.
Todos os presos são estrangeiros, paquistaneses ou bengaleses, incluindo o dono de uma agência de turismo na região do Brás, em São Paulo, Saifu Llah al Mamum, segundo a polícia federal, apontado pelo governo de Donald Trump, como o maior contrabandista de pessoas do mundo.
De acordo com os investigadores, 84 imigrantes ilegais presos nos Estados Unidos essa semana, chegaram até lá passando pelas rotas coordenadas aqui do Brasil. Os investigadores estimam que cerca de 500 pessoas tenham entrado nos Estados Unidos da mesma forma.
O esquema envolvia duas rotas. Uma passando por São Paulo, outra por Rio Branco, no Acre, onde taxistas brasileiros eram contratados para pegar as pessoas no aeroporto e levar até a fronteira com o Peru. Todos imigrantes com origem na Ásia e que pagavam entre 25 mil a 40 mil reais para serem levados ate o destino final.
Para entrarem no Brasil, esses migrantes apresentavam documentos falsificados, como passaportes ou cartas de marítimos ou ainda se declaravam como refugiados. Segundo o delegado federal Milton Fornazari, o grupo era responsável pelo esquema com maior capilaridade no continente
Na casa de um dos presos em São Paulo, haviae cinco imigrantes ilegais. Eles vão prestar depoimento na polícia federal e devem ser encaminhados para abrigos da capital.
Segundo a polícia, o esquema também envolvia lavagem de dinheiro e movimentou, entre 2014 e 2019, US$10 milhões, algo como R$40 milhões.
Os mandados de prisão executados hoje são temporários e os acusados podem responder por contrabando de migrantes, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas entre três a 10 anos de prisão.