No terceiro dia, greve dos petroleiros tem adesão de 8 mil trabalhadores, diz federação
O terceiro dia da greve na Petrobras registrou apoio de mais de 8 mil funcionários em 10 estados. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo dirigente da Federação Única dos Petroleiros, Simão Zanardi. De acordo com ele, a paralisação é maior nas refinarias.
“Estamos falando de 13 refinarias. Já temos 80% das refinarias. Em todas elas tem portão aberto, para quem quiser entrar e aqueles que quiserem se somar à greve ficarem do lado de fora. Não existe, em nenhum local, ninguém segurando ninguém pelo braço. As pessoas estão aderindo à greve por livre e espontânea vontade, até por conta do pacote de maldades que veio do refino. A gente espera que a greve dure o tempo necessário para a Petrobras negociar com a gente.”
No Rio de Janeiro, cinco integrantes da comissão de negociação permanente da Federação Única dos Petroleiros estão desde sábado na sede da companhia, no centro da capital. Devido ao impasse nas negociações, eles decidiram permanecer no local, que teve cortado o fornecimento de luz e água. Segundo os sindicalistas, a Petrobras não tem permitido a entrega de alimentos ao grupo.
A greve mobiliza trabalhadores da Reduc - a refinaria em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense -, que nesta segunda-feira aprovaram a manutenção do movimento. A assembleia e ato público também contaram com a participação do pessoal da Usina Termelétrica Governador Leonel Brizola e do terminal da Transpetro em Campos Elíseos, ambos em Duque de Caxias.
A greve é em protesto contra mil demissões anunciadas no último dia 14 pela estatal no Paraná, que, segundo a Federação dos Petroleiros, não respeitou o Acordo Coletivo de Trabalho. As demissões estão previstas para começar no próximo dia 14.
Outro estopim para a greve foi a mudança, pela estatal, sem que houvesse discussão com as lideranças sindicais, da tabela de turnos ininterruptos dos trabalhadores, que poderão trabalhar até 16 horas sem descanso.
Por meio de nota, a Petrobras informou que vai garantir a continuidade da produção e o abastecimento do mercado de derivados, além das condições de segurança dos trabalhadores e das instalações.