Backer vai produzir álcool 70% e famílias das vítimas se perguntam como empresa tem recursos

Cerveja Backer

Publicado em 29/04/2020 - 16:46 Por Dayana Vítor - Brasília

Depois de mais de 90 dias armazenados, mais de quatrocentos e setenta mil litros de cerveja de tanques da empresa Backer que seriam jogados fora, agora vão ser transformados em mais de 23 mil litros de álcool 70%. Esse produto será distribuído na rede pública de saúde de Minas Gerais para ajudar no combate ao novo coronavírus.

 

Em janeiro deste ano, a cervejaria Backer foi interditada pelo Ministério da Agricultura e esses tanques lacrados, depois que consumidores das bebidas da empresa tiveram sérios problemas de saúde por suspeita de intoxicação com o monoetilenoglicol e dietilenoglicol.

 

Pelo menos nove pessoas morreram e outras 33 estão com sequelas neurológicas ou nos rins, por exemplo. Os parentes dos contaminados pelas cervejas da empresa mineira afirmam ser favoráveis à produção do álcool 70%, mas não entendem de onde a companhia vai tirar dinheiro para fazer o produto, já que não arca com as despesas das vítimas.

 

Esse é o caso de Carolina Silva, filha de Humberto Fernandes, de 64 anos, que está com os rins comprometidos e paralisia facial, após ficar 44 dias internado, sendo 27 na UTI.

 

Em nota, a empresa Backer alegou que a liberação da maior parte da fábrica pelo Ministério da Saúde é um sinal de que o problema ocorrido foi isolado e não houve contaminação da linha de produção. Garantiu também que a fábrica será esterilizada, testada e certificada pelo governo federal.

 

Sobre as reclamações dos familiares das vítimas, a cervejaria afirmou que todo o seu patrimônio está bloqueado para custear o tratamento dos contaminados, mas diz que existem alguns critérios estabelecidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Entre eles, apresentação de laudo sobre o dano sofrido.

 

Segundo a empresa, poucas vítimas apresentaram esses documentos. A cervejaria ainda afirmou que apenas 13 decidiram participar da ação movida pelo Ministério Público de Minas. Mas um dos advogados das vítimas, André Couto, contesta os dados da cervejaria.

 

Enquanto a Justiça não resolve as pendências do processo da Backer, apenas uma vítima recebe ajuda da empresa para custear as despesas de saúde. As outras vivem como podem. A maioria não tem a mesma vida de antes, seja por sequelas motoras, físicas ou neurológicas.

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