Consumidores de São Paulo estão enfrentando problemas para encontrar gás de cozinha. Os botijões que estavam disponíveis nos revendedores até a semana passada viraram raridade.
Há menos de 10 dias, o técnico eletrônico Raimundo Leite conseguiu repor o botijão de reserva que tinha em casa, mas quando o que estava em uso chegou ao final, no começo da semana, não conseguiu mais.
O problema se repete em toda região metropolitana. Sandra de Oliveira mora em Osasco e recebia o gás na porta de casa. Nessa quarta-feira, precisou pagar R$ 17 no Uber pra repor o botijão.
Um revendedor que não quis se identificar explicou que o problema é que as pessoas estão estocando gás por medo do desabastecimento em função da epidemia de coronavírus.
Na revenda dele, o ultimo botijão acabou no começo da tarde dessa quarta-feira.
Ricardo Rodrigues, que mora perto das principais envasadoras de gás que abastecem a grande São Paulo, diz que só viu tantas filas assim, na crise do gás, há 25 anos.
Com a falta do produto, o preço mudou. O Procon de São Paulo chegou a encontrar revendedores cobrando até R$ 130 pelo botijão de 13 quilos. Segundo o presidente do Procon, Fernando Capez, o preço abusivo pode ser punido com multa ou até detenção.
Segundo ele, o preço ideal do botijão não deve passar de R$ 70, e qualquer preço acima de R$ 90 vai ser considerado abusivo.
Em nota, o Sindgás, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito, afirmou que o preço do botijão de gás é livre e que existem revendedores vendendo gás acima de R$ 70 sem praticar preço abusivo. Segundo a nota, a medida pode resultar no fechamento de revendas por medo de punições. Mais cedo, o sindicato prometeu repor os estoques de botijões de gás em até 4 dias.