É comum encontrar espalhado pela areia da praia um pouco de algas, conchinhas e até siris. Mas você já imaginou caminhar pelo litoral e dar de cara com um pinguim, em pleno Brasil?
Pois é, a chance disso acontecer aumentou. É que de janeiro a junho deste ano, já foram encontradas 2.567 aves desse tipo, principalmente nos litorais de São Paulo e de Santa Catarina. Também há indícios de pinguins em praias cariocas. Este é o maior número registrado nos últimos cinco anos.
Se formos fazer um comparativo entre os seis primeiros meses do ano de 2019 e 2020, a diferença é ainda mais gritante: a migração de pinguins foi 30 vezes maior de janeiro a julho deste ano do que no mesmo período de 2019.
O levantamento foi feito graças ao Projeto de Monitoramento de Praias, financiado pela Petrobras, e que está presente em dez estados brasileiros. É o maior programa desse tipo no mundo e monitora mais de 3 mil quilômetros de praias do país.
E pasmem! A explicação para essas migrações é justamente para fugir do frio. Os pinguins-de-Magalhães, espécies que têm sido encontradas aqui, são comuns nas Ilhas Maldivas, Argentina e Chile. Essas aves deixam as temperaturas de inverno desses locais em busca de um clima mais tropical.
Apesar de parecer muito fofo encontrar pinguins por aí, a realidade não é tão legal. É que muitos deles têm sido descobertos debilitados e até mortos. A gerente de Licenciamento Ambiental da Petrobras, Daniele Lomba, conta um pouco da rotina dos times de resgate.
"As equipes atuam diariamente percorrendo as praias e resgatando animais marinhos que precisam de atendimento. Após a reabilitação, eles são devolvidos para a natureza".
Todos os animais encontrados são avaliados e ganham até uma consulta com médico-veterinário quando é necessário.
Antes de serem devolvidos à natureza, os bichos recebem um tipo de identificação que possibilita que eles sejam reconhecidos e acompanhados caso reapareçam em outras regiões.
Além de pinguins, o projeto atende outros animais da fauna marinha. Todo o processo - desde o resgate até a reintegração desses animais ao meio ambiente - é fiscalizado pelo Ibama.
Vale lembrar que, se por acaso você encontrar algum animal marinho, seja baleia, tartaruga ou até mesmos pinguins, não se aproxime deles, não tente pegá-los, muito menos alimentá-los. Em vez disso, entre em contato com os órgãos competentes para que esses bichos sejam regatados e possam ter a chance de voltar para a casa sãos e salvos.