Há 30 anos atrás, o Ceará era terceiro maior produtor de algodão no país, principalmente para abastecer a indústria têxtil do estado, mas viu suas plantações serem devastadas pela praga do bicudo e o produtor abandonando o cultivo.
A retomada se deu apenas a dois anos, com parceria entre o governo do estado, a Embrapa e o Instituto Federal do Ceará para o desenvolver sementes e metodologia que garantissem o retorno da produção do algodão.
Com a articulação, a área plantada cresceu de 30 hectares em 2018 para 800 hectares em 2019. Esse ano a plantação já supera dois mil hectares. O pesquisador da Embrapa, Fábio Aquino de Albuquerque, fala que a demanda do mercado, as tecnologias adaptadas e o convívio com o bicudo foi propício para retomada da produção no Ceará.
Par combater a praga do bicudo, é recomendado a técnica do vazio sanitário, que obriga o agricultor a limpar a terra cultivada, diminuindo a capacidade de reprodução do inseto, e a fazer a rotação do solo com outras culturas. O produtor rural Marcos Landim, da região do Cariri, fala que a volta da algodão é uma realidade no estado. Ele conta com aumentou a produção.
O custo de produção no sertão chega a ser entre 30 a 50% menor que em outras áreas do país, além de ter possibilidade de desenvolver um produto com alta qualidade, pela alta luminosidade do estado. No Ceará, a produção emerge em três regiões: Cariri, Sertão Central e Chapada do Apodi.
O cultivo do algodão tem como destino certo o polo industrial têxtil do estado, o terceiro do país, que também traz a matéria-prima de outros estados. Algumas empresas já compram antecipadamente a produção local, fornecendo inclusive maquinário para a colheita.