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Relatório traz efeitos da pandemia na economia e na vida das pessoas

O documento foi lançado nessa quinta-feira (10) pela Ong Oxfam
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Gésio Passos
11/09/2020 - 09:25
Brasília

Em seis meses de pandemia, o novo coronavírus provocou milhares de mortes e uma das maiores crises econômicas mundiais. E a necessidade do isolamento social para restringir o contágio e preservar o sistema de saúde em todo mundo pode impactar a população do planeta.

Os efeitos da pandemia na economia dos países e na vida das pessoas estão no novo relatório da Oxfam " Poder, Lucros e a Pandemia, lançado globalmente nessa quinta-feira (10).

O documento relata que no Brasil o último trimestre teve queda de quase 10% do PIB, com desemprego chegando a 13% da população. A projeção para o ano é de que haja um crescimento negativo de cerca de 5%.

No levantamento da ONG, as 32 empresas mais rentáveis no mundo lucraram mais de US$ 100 bilhões durante a pandemia.

Outra observação contida no relatório indica que as grandes corporações priorizaram seus lucros em detrimento da segurança dos trabalhadores. E que houve corte de custos e não se investiu na redução do risco em sua cadeia de produção.

Gustavo Ferroni, coordenador da Oxfam Brasil, diz que a situação retrata o problema que já era encontrado antes da pandemia.

O relatório mostra, por exemplo, que as 74 maiores marcas de roupas usaram 74% de seus lucros para pagar dividendos a seus acionistas e recomprar ações.

E denuncia que dono da empresa Amazon, Jeff Bezos, lucrou tanto que poderia pagar um bônus de US$ 100 mil para os seus 876 mil funcionários.

O relatório avalia que no Brasil e no resto do mundo, o que ocorre hoje é o aprofundamento das medidas de austeridades pelos governos, como explica Gustavo Ferroni.

Para a Oxfam, é preciso que se priorize o apoio aos trabalhadores e a sobrevivência dos pequenos negócios.

A ong também defende a criação de um imposto sobre lucros obtidos durante a pandemia para impedir que se amplie a desigualdade em um momento tão difícil para a população global.

Gustavo Ferroni afirma que este tipo de imposto já foi cobrado pelos países em outras crises, e que no Brasil isso ocorreu após a segunda guerra mundial,

Segundo a Oxfam, em todo o planeta foram dizimados 400 milhões de empregos e mais de meio bilhão de pessoas estão no limite da pobreza. No relatório, a ong observa que, apesar do tamanho da crise, os 25 maiores bilionários do mundo aumentaram ainda mais suas riquezas.

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