Com atual investimento, só 3 estados universalizam saneamento até 2033
O Brasil detém 12% da água doce do planeta e 35 milhões de pessoas no país ainda vivem sem água potável. E é isso que o estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil mostra.
A pesquisa aponta, por exemplo, que o país despeja o equivalente a mais de 5,7 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza diariamente.
O nível de investimento em abastecimento de água em 2018 foi 7,1% menor que em 2014. No mesmo período, o investimento em tratamento de esgoto também regrediu 30,9%.
Com o novo Marco Legal do Saneamento Básico aprovado em julho deste ano, isso pode mudar. A expectativa é que a infraestrutura de saneamento passe por uma transformação, já que existem metas a serem cumpridas. Até 2033, o país deve ter 99% da população com água tratada e 90% com coleta e tratamento dos esgotos.
O presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, revela quanto deverá ser investido para alcançar essa meta.
Mantidos os investimentos atuais, apenas São Paulo, Paraná e o Distrito Federal atingirão os objetivos.
As regiões com os piores índices são o Norte e o Nordeste. Mas cidades como o Rio de Janeiro também têm grandes desafios pela frente.
Na região Norte, a situação é de um paradoxo, segundo o professor José Almir, da Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará. Vive-se numa área de grande exuberância natural, mas nas cidades não há redes de esgoto.
De acordo com o estudo do Trata Brasil, entre os fatores que ajudam a explicar como o Brasil chegou a esses números estão o crescimento desordenado e sem planejamento das cidades; e a falta de cobrança da população.