Desastre de Brumadinho completa 2 anos sem julgamento dos responsáveis
O rompimento da barragem 1 da mina córrego do Feijão da mineradora Vale, em Brumadinho, completa dois anos nesta segunda-feira (25).
Das 270 vítimas fatais do desastre, 11 ainda não foram localizadas.
Os trabalhos de busca na região atingida pelos rejeitos de minério e lama continuam na maior operação de resgate da história do Brasil.
Atualmente, cerca de 60 bombeiros atam na operação, que só fo interrompida por cinco meses devido à pandemia de covid-19.
De acordo com os bombeiros, a maior parte do trabalho é feita com ajuda de máquinas pesadas, como escavadeiras e tratores.
Durante o período da operação, os militares mapearam as chamadas zonas quentes, locais com maior probabilidade de encontrar as vítimas.
Esse mapeamento foi feito com base em análises comparativas da região, velocidade de rejeitos e cruzamento de dados.
Enquanto as máquinas vão revirando a lama, os militares visualizam e vasculham qualquer indício que possa indicar a localização de um corpo ou segmento.
Desde o início da operação, em 25 de janeiro de 2019, cerca de 4 mil bombeiros participaram das buscas e não há previsão para o fim dos trabalhos.
A meta, segundo os militares, é encontrar todas as vítimas.
Além dos bombeiros, o Instituto Médico Legal da Polícia Civil possui uma equipe de prontidão para analisar os vestígios e segmentos de corpos que são localizados, para que a identificação possa acontecer da forma mais rápida possível.
Em alguns casos, foi necessário a análise de DNA para identificar as vítimas.
No total, 259 pessoas foram identificadas.
Em fevereiro do ano passado, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público estadual contra 16 pessoas pelos crimes de homicídio qualificado e crimes ambientais decorrentes do rompimento da barragem.
Dentre os denunciados estão o presidente, diretores, gerentes e engenheiros da Vale na época do desastre, e também da empresa alemã Tuv Süd, que emitiu laudo atestando a segurança da barragem. O processo está em tramitação na segunda vara criminal da Comarca de Brumadinho, mas ainda não há previsão de julgamento.