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Desastre em Brumadinho: após 2 anos, famílias ainda aguardam Justiça

Parentes cobram punição de responsáveis e corpos de 11 desaparecidos
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Gésio Passos
25/01/2021 - 20:52
Brasília
Corrego do Feijão, Desabamneto ,Barragem de Brumadinho,Cemiterio de Brumadinho,covas
© Rafel Calado/TV Brasil

Dois anos após uma das maiores tragédias do país, familiares das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, cobram justiça e reforço nas buscas dos corpos de 11 pessoas que continuam desaparecidas. 259 vítimas foram localizadas até agora.

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum) realizou uma missa e um ato nesta segunda-feira para homenagear os mortos no desastre. Também foi organizada uma carreata pedindo agilidade da Justiça no julgamento dos responsáveis pela tragédia. Natália de Oliveira, diretora da Avabrum e irmã de uma desaparecida, participou do ato.

O governo de Minas também realizou, nessa segunda-feira, uma cerimônia em homenagem às vítimas na base dos bombeiros em Brumadinho.

Além das 270 vítimas registradas oficialmente, a Associação dos Familiares ainda considera mais duas mortes, porque duas mulheres que perderam a vida no rompimento da barragem estavam grávidas.

A associação critica os recursos repassados pela Vale para pagamento de lucros aos seus acionistas – cerca de R$ 20 bilhões desde que ocorreu a tragédia. Segunda a mineradora, nesse período foram pagos R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios emergenciais aos atingidos na tragédia.

A engenheira civil Josiane Melo, presidente da Avabrum, que perdeu uma irmã grávida na tragédia, diz que a distribuição dos lucros desrespeita os mortos em Brumadinho.

A Vale logo se recuperou das perdas com a tragédia de Brumadinho, em 2019. Considerando os balanços dos 3 primeiros trimestres de 2020, o lucro líquido acumulado da mineradora é de quase R$ 22 bilhões.

O governo de Minas Gerais e as instituições de Justiça ainda tentam um acordo com a Vale para indenização das vítimas e do Estado, e têm até sexta-feira para isso. Caso não haja acordo, o processo volta a ser julgado na 1ª instância da Justiça mineira.

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