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No Rio, campus da Universidade Gama Filho será desapropriado

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Tatiana Alves, Repórter da Rádio Nacional
05/04/2021 - 17:45
Rio de Janeiro

O  campus da antiga Universidade Gama Filho, na Piedade, Zona Norte do Rio,  vai finalmente sair do abandono, após anos entregue aos estragos causados pelo tempo e vandalismo. O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta segunda-feira a assinatura do decreto que de desapropriação do terreno de mais de 57 mil metros quadrados.

Paes disse que o objetivo é criar no local um grande centro de ensino e conhecimento, por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a Fecomércio- Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado.

Em nota, os  administradores da massa falida avaliam que a notícia da desapropriação será benéfica  tanto para a comunidade como para credores.

Segundo o texto, foram travados anos de luta judicial para conseguir trazer para a massa falida o campus da Piedade, o principal da universidade, o que ocorreu apenas no mês passado. Com o pagamento do valor do imóvel, trabalhadores, fornecedores, ex-alunos poderão finalmente receber seus direitos.

A nota encerra argumentando que a educação sempre foi a maior indutora da economia e da promoção da justiça social.

A sede da Universidade Gama Filho fechou as portas em 2014 por má gestão de seus recursos financeiros. Na época, o prédio foi abandonado com diversas documentações e livros, sendo que boa parte desse material permanece lá.

O imóvel virou um símbolo da destruição, repleto de pichações e lixo. As duas piscinas olímpicas viraram depósito de água parada.

Com capacidade para atender 40 mil estudantes, a Gama Filho foi descredenciada do Ministério da Educação, medida que gerou impacto em toda a região onde estava instalada. A falência provocou a evasão de dezenas de comerciantes, que tiveram que fechar as portas devido à falta de clientes. Além disso, os imóveis do entorno sofreram desvalorização e a violência aumentou devido à redução no efetivo policial após o fechamento da universidade e seu abandono.

Muitos ex-alunos que ficaram sem documentos,  como o histórico escolar, e tiveram dificuldade para obter o diploma universitário, foram obrigados a acionar a justiça para garantir o direito de concluir o curso em outra instituição.

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