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RJ: presos acusados de cobrar propina para não autuar pirataria

Esquema operava na cidade de Petrópolis
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Tâmara Freire - Repórter da Rádio Nacional
30/06/2021 - 17:29
Rio de Janeiro

Um delegado e quatro agentes da polícia civil foram presos nesta quarta-feira (30) no Rio de Janeiro, acusados de cobrar propina para não autuar comerciantes que vendiam produtos piratas no pólo têxtil da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do estado. 

O ex-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial Maurício Demétrio Afonso Alves foi apontado como o líder do esquema, que cobrava R$ 250 por semana de cada lojista que aceitou a chantagem.

Como a delegacia é responsável por coibir esse tipo de crime, a quadrilha também fazia diligências para reprimir os que não aceitavam pagar a propina, e inclusive forjava provas para culpar comerciantes que não vendiam os produtos falsificados.

Durante o cumprimento dos mandados, o Ministério Público apreendeu R$ 300 mil em espécie na casa do delegado, além de três carros de luxo. Ao ser levado para a corregedoria da Polícia Civil, o delegado negou as acusações e disse que o dinheiro foi declarado e recebido em herança.

Já com relação aos veículos, declarou que é dono de apenas dois, adquiridos de forma legal. Os integrantes do grupo foram acusados também de obstrução de justiça, pelas inúmeras tentativas de evitar que os atos de corrupção viessem à tona.

Em uma dessas ocasiões, a quadrilha teria utilizado um laranja para encomendar peças com estampas falsificadas em uma loja pertencente a outro delegado do Rio de Janeiro, que foi enganado sobre os direitos autorais das imagens. Isso foi feito para justificar a prisão do delegado, que estava investigando os atos de corrupção da quadrilha.

Os envolvidos vão responder por diversos crimes, como organização criminosa, emissão de documentos falsos e lavagem de dinheiro. As penas mínimas somadas superam 30 anos de reclusão e podem levar à perda do cargo público. Eles também já são alvos de investigação da corregedoria da Polícia Civil.

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