A empresa de transportes de passageiros por aplicativo, a Uber, baniu 1.600 motoristas que usavam o aplicativo para trabalhar.
A empresa emitiu um comunicado informando que foram cortados da plataforma os motoristas com altas taxas de cancelamento de corridas.
Segundo os termos de uso da Uber, os motoristas são autônomos e podem fazer cancelamentos. Mas a empresa alega que o uso abusivo do recurso estava atrapalhando o funcionamento do serviço.
A Uber não detalha o que é considerado uso abusivo do recurso de cancelamento, mas dá como exemplo um motorista que, em 30 dias, cancelou 10.051 viagens das 10.473 que foram encaminhadas para ele.
Para a Associação dos Motoristas dos Aplicativos de São Paulo (Amasp), o corte dos motoristas é uma retaliação. Aconteceu sem aviso prévio e dias depois do primeiro reajuste no valor das corridas pelo aplicativo desde 2015.
Segundo o presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, esse reajuste só veio quando aumentou o número de corridas canceladas pelos motoristas. Ele diz que os cancelamentos são a única forma de evitar corridas que dão prejuízo.
No começo do mês de setembro, as corridas foram reajustadas em cerca de 10%. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre abril de 2016 e setembro de 2021, o preço médio da gasolina nas bombas subiu cerca de 63%.
Eduardo não consegue confirmar o número de motoristas banidos pela plataforma e compara com um processo de demissão em massa, mas para pessoas que não tem direitos trabalhistas.
Ele sugere que os passageiros ajudem a fiscalizar a remuneração dos motoristas, o que pode ser feito segundos depois de finalizada a corrida. A dica é conferir quanto a pessoa está pagando pela viagem e quanto o motorista está recebendo e se o valor for discrepante, denunciar a empresa de aplicativo ao Procon.