A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira a Operação Prunífera, no município de Uruoca, no Ceará, para combater tráfico de pessoas e trabalho escravo. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal no Maranhão. A investigação apura um esquema que levou 31 vítimas, sendo duas menores de idade, para o Maranhão sob falsas promessas de trabalho.
Os alvos das buscas são dois sócios de uma empresa cearense, que comercializa pó de carnaúba, e um homem investigado por manter um grupo em situação análoga à escravidão.
A investigação começou no ano passado, depois que a Polícia Civil resgatou 14 trabalhadores e prendeu em flagrante um suspeito no município maranhense de Vargem Grande. A Polícia recebeu as informações e, no decorrer das investigações, descobriu outro grupo e outro suspeito, como informou o delegado Regional de Combate à Corrupção, Leandro Ribeiro.
Segundo as investigações, as vítimas receberam como proposta alimentação e alojamento pagos pelo suposto empregador e entregaram a ele suas carteiras de trabalho. Só que ao chegarem ao destino, o alojamento parecia um lugar abandonado, sem energia, água encanada ou banheiro. As pessoas eram obrigadas a dormir ao relento, enquanto um dos suspeitos ficava sozinho dentro da casa. A jornada de trabalho era de 12 horas e, quando a meta não era batida, os trabalhadores recebiam menos comida.
As penas dos investigados podem ultrapassar 16 anos de prisão. O nome da operação Prunífera vem do nome científico da carnaúba.
