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Censo 2022: A coleta de dados será com conectividade e em tempo real

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Maurício de Almeida* - Repórter da TV Brasil
30/07/2022 - 08:45
Brasília

Desde o senso de 2010 os questionários de papel foram totalmente substituídos por modelos eletrônicos. Depois do preenchimento dos dados os recenseadores deveriam descarregar as informações em postos de coleta, que uma vez por dia atualizavam as centrais de informática do IBGE, o Instituto de Geografia e Estatística.

Agora o caminho da informação vai ficar muito mais rápido. O gerenciamento da coleta de dados vai ser feito com conectividade, 100 vezes mais rápida e praticamente em tempo real.

Bruno Santos, coordenador de logística e produção do IBGE explica como isso vai impactar na qualidade da coleta: "Pra cada equipamento de coleta, eles vão usar um chip de dados o que vai permitir fazer a transmissão para o ambiente central do IBGE. Os dados vão chegar mais rapidamente a partir do processamento que é feito. A  equipe gerencial do IBGE que consegue identificar qualquer problema que possa estar acontecendo pra que isso seja atualizado no campo.

Por medida de segurança as informações vão ser armazenadas simultaneamente em duas centrais. Uma no Rio e outra em São Paulo. Esses espaços funcionam com temperatura controlada para evitar o aquecimento dos computadores e contam com o sistema de prevenção e combate a incêndio. Computação na nuvem e inteligência artificial, são outros recursos que compõe a infraestrutura tecnológica dedicada ao processamento do censo.

Os dados são constantemente checados, de acordo com José Tomazelli, coordenador de serviços de informática do IBGE: "Toda a infraestrutura do IBGE é vigiada 24 horas por dia por equipe interna e por equipe externa. Há uma checagem constante em cima das páginas, dos serviços oferecidos quanto a possíveis falhas e correção dessas falhas."

Toda essa tecnologia tem permitido levar os recenseadores cada vez mais longe. O IBGE fez um mapeamento com imagens de satélite para localizar comunidades tradicionais que ficam em regiões remotas do país.

Nessa edição, pela primeira vez, as comunidades quilombolas serão retratadas o levantamento, um reconhecimento a milhares de brasileiros, como afirmou Ronaldo dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Quilombo Campinho da Independência, no Rio de Janeiro: "Ele nos ajuda a vencer a invisibilidade, porque a gente precisa dizer, mostrar que nós não somos meia dúzia, nós somos milhões de brasileiros e brasileiras."

Em todas as localidades indígenas e quilombolas do país, os recenseadores realizarão uma reunião de abordagem com a liderança comunitária antes de iniciar a coleta, um questionário específico vai retratar a realidade desses locais, como explica Martha Antunes, que coordena o censo em comunidades tradicionais: " Pela primeira vez a gente vai ter um questionário aplicado às aldeias e comunidades indígenas. São várias questões sobre infraestrutura das comunidades, sobre meios de transporte, perguntas sobre educação escolar indígena, mas também a gente tem perguntas sobre acesso a recursos naturais essenciais pra segurança alimentar e pra segurança hídrica das comunidades."

O principal objetivo de censo é mostrar como vive cada brasileiro, isto auxilia o governo no desenvolvimento e na atualização de políticas públicas.

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*Com sonoplastia de José Maria Pardal

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