O Censo 2022 chega hoje aos territórios indígenas. Até o dia 31 de outubro, cerca de 1.500 recenseadores visitarão mais de 630 aldeias e 5.500 comunidades. A pesquisa nacional vai alcançar inclusive os indígenas residentes em áreas urbanas ou rurais, e os provenientes de outros países.
Além de saber exatamente qual o tamanho desta população que vive em mais de 5.400 agrupamentos em diferentes pontos do Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vai coletar dados como idiomas, hábitos, costumes, infraestrutura, acesso a recursos naturais, à educação e saúde. Todo o trabalho tem como primeira etapa contatos com as lideranças para explicar o que é o Censo Demográfico, de forma a permitirem a entrada das equipes de pesquisa nas aldeias.
O gerente de territórios tradicionais e áreas protegidas do IBGE, Fernando Damasco, ressalta a importância desse primeiro contato para que todos colaborem.
Para a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, um dos desafios é o mapeamentos desses territórios. Ela destaca o papel fundamental das lideranças indígenas para que o trabalho aconteça.
Após esse primeiro contato, começará de fato a aplicação dos questionários para levantamento de todos os dados sobre a aldeia ou a comunidade, a partir de visitas a todas as habitações para conversar com as famílias.
Segundo o IBGE, o Censo Demográfico 2010 foi a primeira pesquisa que registrou a quantidade de etnias e de línguas indígenas existentes no Brasil. O Instituto contou quase 897 mil indígenas, de 305 etnias ou povos, falantes de 274 línguas. O levantamento apontou, ainda, que a terra com maior população era a Yanomami, localizada nos estados do Amazonas e de Roraima, com 25,7 mil habitantes.