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Juízas afegãs ameaçadas pelo Talibã fundam instituto em Brasília

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Beatriz Albuquerque - Repórter da Rádio Nacional
23/11/2022 - 12:20
Brasília

Pouco mais de 1 ano depois de saírem fugidas de seu país de origem, o Afeganistão, as 7 juízas perseguidas pelo Talibã, estão em Brasília. Todas conseguiram ser acolhidas pelo governo brasileiro, em uma operação que envolveu também a Associação Internacional de Juízas Mulheres e a AMB - Associação dos Magistrados do Brasil. 

Essas mulheres se juntaram e, com apoio de um escritório de advogados de Brasília, fundaram o Instituto She, onde atuam na área do direito. Farah é uma dessas juízas e pediu para ter o nome mudado por questões de segurança. Ela tem 34 anos e 3 filhos, que estão estudando em uma escola bilíngue aqui na capital federal. A afegã conta que tem muita gratidão pelo Brasil e que, apesar das dificuldades com o idioma e com a adaptação a costumes tão diferentes, ela está feliz.

E é justamente esse o objetivo do Instituto She: trazer dignidade aos refugiados, valorizando sua formação profissional e auxiliando a adaptação de forma duradoura. Roberta Abdanur, diretora do She, conta que 100 milhões de pessoas tiveram que se descolar de seus países de origem por conta de guerras, conflitos ou catástrofes naturais. Roberta destaca que não basta apenas trazer esses imigrantes para o Brasil, é preciso também fazer ações inclusivas para eles resgatem a motivação de viver.

E o Brasil tem uma política muito voltada ao acolhimento de imigrantes. Renata Gil, presidente da AMB, destaca ações com os venezuelanos, sírios, haitianos e, recentemente, afegãos. Ela conta que trazer essas juízas para o Brasil é um dos movimentos do país que sempre foi reconhecido por essa política. Renata explica, ainda, que essas ações estimulam outras nações a fazerem o mesmo.

E para terminar, Farah agradece, na sua língua mãe - Dari - ao governo e ao povo brasileiros pela acolhida.

Muitas juízas que vieram no ano passado já conseguiram trazer parte de suas famílias, como pais e irmãos. A ideia é ampliar o Instituto She para conseguirem, cada vez mais, acolher outros imigrantes.

 

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