Foi afastado do cargo o diretor da Escola Estadual Adelina Issa Ashcar, na zona sul de São Paulo. Ele é acusado de se omitir em um caso de racismo envolvendo uma aluna de 6 anos. A mãe da menina, Thamires Rosa, conta que, no dia 2 de maio, a filha chegou em casa com lesões nos olhos, quadril e virilha, relatando que foi xingada de "feia", "cabelo feio" e outras palavras ofensivas, por outras duas crianças da mesma faixa de idade.
Thamires argumenta que não sentiu acolhimento da escola, que pediu para a criança apontar os culpados, indo de sala em sala. A mãe diz que ficou indignada, porque entende que, além da agressão sofrida, a filha ainda foi exposta a essa situação.
A pedido da mãe, a aluna foi transferida para outra unidade, onde, segundo a Secretaria de Educação, foi garantido o acolhimento no ambiente escolar, com apoio do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar, o Conviva SP.
Para o frei David Santos, diretor-executivo da Educafro, ONG que trabalha com as questões raciais, a situação é bem mais ampla, e não adianta apenas mudar a criança de escola.
O termo letramento racial, citado pelo frei David, é um processo de reeducação racial, que envolve um conjunto de práticas visando desconstruir formas de pensar e agir naturalizadas e normalizadas socialmente, em relação a pessoas negras e pessoas brancas.
Em nota, a Secretaria de Educação lamentou o ocorrido com a criança, e informou que decidiu pelo afastamento do diretor depois de concluir a apuração preliminar. E acrescentou que "atua contra situações de violência e discriminação, junto à promoção da Educação Antirracista, seja dentro ou fora das escolas".





