Delgatti afirma que recebeu dinheiro para invadir sites do judiciário
O hacker Walter Delgatti depôs, nesta quarta-feira, na Polícia Federal sobre as acusações de ter tentado invadir sistemas do Judiciário para inserir documentos falsos.
A defesa do hacker confirmou que ele recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para invadir sites do poder judiciário, conforme relatou o advogado Ariovaldo Moreira.
A defesa disse que Delgatti apenas complementou o depoimento que foi dado em São Paulo para a Policia Federal, no começo do mês, após sua prisão.
Ele admitiu ter invadido o sistema do CNJ e de ter inserido um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de 11 alvarás de soltura falsos. Ele alegou ter sido contratado pela deputada Carla Zambelli, do PL- SP.
O advogado Ariovaldo Moreira disse que o hacker apresentou provas do que já tinha afirmado.
O caso colocou a deputada Carla Zambelli no meio das investigações. A defesa da deputada disse que somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos, porém rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker.
Após ser alvo de mandados dos busca e apreensão, no começo do mês, Zambelli tinha afirmado que apresentou Delgatti para o ex-presidente Bolsonaro para que prestasse uma eventual auditoria nas urnas eletrônicas. A defesa do hacker disse que ele não foi questionado pela polícia sobre o envolvimento de Bolsonaro.
Nesta quinta-feira, Delgatti presta depoimento na CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro. Sua defesa disse que não decidiu se seu cliente vai ficar em silêncio amanhã na CPI, mas que já fez um pedido de habeas corpus.
Delgatti ficou conhecido por hackear os celulares de procuradores da operação Lava Jato, no caso conhecido como vaza-jato.