Dino assina demissão de policiais que mataram homem em estrada
O ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou, nesta segunda-feira, a demissão dos três policiais rodoviários federais que, durante abordagem, mataram Genivaldo de Jesus dos Santos, em Sergipe, em 2022.
A demissão foi recomendada pela corregedoria da PRF, que considerou que William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento cometeram infrações disciplinares ao violar os deveres funcionais de ser leal às instituições ao praticar injusta ofensa física, em serviço, a particular.
Nas redes sociais, Dino disse que não quer que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. O ministro ainda afirmou que está trabalhando com estados, sociedade civil e corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a Lei.
Flávio Dino ainda afirmou que determinou a revisão da doutrina e dos manuais da PRF para aprimorar tais instrumentos em 120 dias, eliminando eventuais falhas e lacunas.
Os policiais foram presos preventivamente em outubro do ano passado. Eles ainda respondem ação penal referente aos crimes de tortura e homicídio qualificado.
Em janeiro, o juiz do caso determinou que os agora ex-policiais sejam submetidos ao júri popular.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados. Na época da prisão, eles alegaram que a abordagem foi realizada nos padrões recomendados pelos manuais da entidade.
Genivaldo tinha 38 anos e foi parado por agendas da PRF em uma rodovia, em maio de 2022. Durante a abordagem, ele foi trancado no porta-malas da viatura, utilizada como uma espécie de câmara de gás, sendo torturado durante vários minutos inalando gás lacrimogêneo, morrendo por asfixia e insuficiência respiratória.
Genivaldo era diagnosticado com esquizofrenia. A ação veio a público após a gravação do ato por testemunhas e ganhou repercussão dentro e fora do Brasil.





