A bebida conhecida como tiquira é famosa por seu gosto forte, pela cor roxa, mas que também pode ser transparente. Esse destilado foi criado por povos indígenas e chamado inicialmente “cauim”; e, diferentemente da aguardente, é resultado da fermentação por fungos e leveduras nativas, que crescem sobre a massa seca da mandioca.
O pesquisador italiano, Alessandro Barghini, circulou em terras indígenas latino-americanas entre os anos 1970 e 2010, e encontrou pelo menos 43 receitas de fermentação de mandioca para a produção de tiquira e tarubá, outra bebida à base de mandioca.
Os ingredientes podem mudar, mas o princípio de produção é o mesmo, conforme explica o professor do IFMA – o Instituto Federal do Maranhão, Rafael Mendonça Almeida.
Mas a produção artesanal rústica, que poderia enriquecer os sabores e os aromas, expõe o produto à contaminação.
Uma equipe de pesquisadores apresentou diagnósticos com as possibilidades de aprimoramento da produção. O método artesanal foi mantido e alguns ajustes simples na produção foram propostos, como, por exemplo: a lavagem do alambique com uma solução de suco de limão, para reduzir o risco de contaminação por cobre.
Rafael Almeida também exemplifica que o químico Francisco Albuquerque, do IFMA, coletou, isolou e cultivou amostras do fungo usado para produzir tiquira.
No mercado, o preço da tiquira produzida no Maranhão varia muito. A garrafa vai de R$ 15, direto da mão do produtor, até R$ 180, em alguns sites e empórios, muitos deles, para exportação.